
Uma reflexão canônica sobre a Arte e a Ciência da Meditação, inspirada na śraddhā da Bhagavad Gītā. Longe de ser mera fé, śraddhā é a confluência entre a fides e o cogito cartesiano, a experiência do fervor íntimo, da convicção profunda, e do poder de traduzir o amor em insight e ação, capaz de nos causar um arrepio profundo. Essa bússola interior, guiada pela confiança e prudência, ilumina a razão em direção à Verdade e ao Absoluto (Brahma-sāmīpya). Explore o SUMÁRIO abaixo.
2018-12-28
Movimentos de Convergência: (2) Rosa dos Ventos

2018-12-22
037. Cozinhando com o Coração
RECEITAS DA SEMANA: lasanha de alcachofra, batata doce assada com alho e páprica, salada de grão de bico especial, bolo de frutas e suco de jabuticaba.
1. Lasanha de alcachofra (vegana)
A receita aqui apresentada é uma boa dica vegana para o jantar de Natal. É uma adaptação de outra, que leva “cream cheese”, desenvolvida pelo meu irmão, João Alberto.
Rendimento: 8 porções
Ingredientes:
Para a lasanha:
500 g de lasanha, prefencialmente de massa fresca ou de semolina
300 g de coração de alcachofra picada
1 cebola grande fatiada
6 colheres (sopa) de azeite
Sal a gosto
2018-12-18
As Correntes Noúricas de Pensamento: dos Vedas até o Manuscrito do Purgatório e a ciência moderna
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Quando se olha para o céu, tem-se um sentimento de unidade que encanta e dá vertigem. (Ferdinand Hodler) |
Na serie de artigos que compõem este capítulo introduzo a discussão sobre o estado de sonho e a sua relação com as correntes superiores de pensamento, implícitas, tanto no conceito védico de “Ṛṣi-nyāsa”, como no conceito das “noúres”. Este termo foi cunhado por Pietro Ubaldi a partir de duas palavras gregas, "nous" (pensamento) e "rhéo" (fluir), para expressar aquilo que os filósofos chamam sentimento intuitivo; os artistas, de inspiração; os religiosos de revelação e mediunidade; os xamãs, de estados alterados de consciência e percepção; e outros ainda, de innernet1.
Segundo a lei universal da ressonância e da afinidade espiritual (Ātma-śakti dharma, fundada no funcionamento de tejas e śraddhā), que se encontra na base da ciência do espírito, podemos, tanto contagiar aos demais, como nos deixar contagiar pelos seus diferentes estados de ânimo. A mente humana é capaz de vibrar e de entrar em sintonia e ressonância com diversas correntes psíquicas, as quais dão origem a uma enorme gama de emoções, sentimentos e pensamentos. Daí a importância dos mantras, das orações e das disciplinas espirituais que nos convidam a elevar o nosso estado da alma, para que ela possa se nutrir dos nobres ideais e valores vividos por aqueles que alcançaram os planos superiores da consciência. Ṛṣi-nyāsa2 representa, basicamente, a disciplina de internalização e incorporação (nyāsa) do ideal de unificação com a esfera dos seres divinos e santos (Ṛṣi), tornando-nos aprendizes das hostes celestiais e instrumentos, portanto, da vontade cósmica. De acordo com a literatura sagrada da Índia, Ṛṣi-nyāsa representa a ancestral técnica védica utilizada pelos Rishis (videntes) na elaboração de textos sagrados, manifestando-se, em suma, como a capacidade de fazer de toda atividade humana um meio de acesso à energia sintrópica (brahma-śakti). No Ṛgveda esta energia aparece personificada como a deidade Śraddhā; no Mahābhārata, como Durgā, a encarnação do aspecto de invencibilidade da divindade. Tanto o Ṛgveda como o Mahābhārata nascem como expressão e consequência de Ṛṣi-nyāsa, que encontram, então, no diálogo entre Krishna e Arjuna na Bhagavad Gītā a sua representação paradigmática.
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2018-12-08
Maha Saṃkalpa: a precedência de Śreyas (anseios altruístas) sobre Preyas (anseios passionais)
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A escuta de Śraddhā e a percepção do sagrado coração. Namastê! Namastê! Namastê! |
A disciplina espiritual e sintrópica do Śuddha Rāja Yoga, transmitida por Krishna a Arjuna na Bhagavad Gītā, compõe-se de três partes: Bhāvana (a escuta do Ser e a contemplação da unidade sintrópica), Karma/Kriyā (práxis sintrópica) e Dhyāna (meditação). Antes de cada amanhecer o Śuddha Yogue deve certificar-se de estar em estado de harmonia e unidade (Bhāvana) com o cosmos, de tal modo que a sua atividade (Karma/Kriyā) ao longo do dia, em qualquer ambiente, contribua para a harmonização do mesmo. A meditação (Dhyāna1), assentada na consciência de sagrado (Bhāvana) e unificada na práxis sintrópica (Naiṣkarmya), pavimenta esta via que, aos poucos, transforma a vida toda em uma forma de meditação, dedicada ao aprimoramento e ao aprofundamento da comunhão com a unidade sagrada da vida.
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2018-12-04
Ṛṣi-nyāsa: a perfeita alegria de ser, antes de fazer e dizer
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Arjuna |
A Invocação e a internalização de uma divindade arquetípica é conhecida na literatura sagrada como Ṛṣi-nyāsa1. O termo "Ṛṣi" costuma ser traduzido como "sábio, vidente, aquele que vê a verdade". "Nyāsa", em geral, significa "entrega, confiança, colocação, depósito". A compreensão completa de nyāsa vem por meio da experiência pessoal e da prática espiritual. "Ṛṣi-nyāsa" costuma ser traduzido como "a invocação de bençãos aos sábios", ou "a confiança nos sábios", de uma dada tradição espiritual de mestre para discípulo (Guruśiṣyaparamparā). Contudo, Ṛṣi-nyāsa significa mais do que um ato de reverência e reconhecimento da autoridade espiritual dos preceptores espirituais de uma dada tradição. Não se trata, simplesmente, de fazer invocações para entrar em contato com a sabedoria e as bençãos acumuladas ao longo das eras, ou de recitar mantras e realizar rituais (yajñas). No contexto do Śuddha Yoga, conforme ensina a tradição (Paramparā) de aprendizagem (Praśiṣya) dos discípulos (Ṡiṣya) dos grandes mestres da hierarquia espiritual (Śiṣya-Praśiṣya-Ṛṣi-Paramparā), somente aqueles que se dedicam ao aprendizado de ver em todos os seres um instrutor2 (guru) podem, de fato, experimentar, para além da realidade objetiva, de Ṛṣi-nyāsa.
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2018-12-02
A superação da tradição "guru śiṣya paramparā"
A Bhagavad Gītā rompe com o entendimento tradicional da expressão "guru śiṣya paramparā", utilizada para qualificar a sucessão ininterrupta (paramparā) de transmissão do conhecimento, de mestre (guru) a discípulo (śiṣya), no hinduísmo, budismo e janismo. Prova é que Arjuna não fez discípulos. Surpreendentemente, o texto introduz a relação "mestre-discípulo" (guru śiṣya) entre dois kṣatriya-s, ou seja, dois príncipes da classe político-militar e, portanto, sem nenhum vínculo com qualquer linhagem de "instrutores religiosos".
Há um aforismo de Ralph Waldo Emerson que exprime com maestria esse sentido de superação da tradição védica que o texto da Bhagavad Gītā apresenta. Ele diz: "Todo o homem que encontro me é superior em alguma coisa. E, nesse particular, aprendo com ele." Somente aqueles que se libertaram dos vínculos com um instrutor religioso em particular podem, como Emerson, ver em todos os seres um instrutor (guru). E, ao fazê-lo, tornam-se, eles mesmos, em certa medida, novos instrutores. São de Emerson também os seguintes aforismos, inspirados no milenar texto da Bhagavad Gītā e que nos auxiliam a compreender a atualidade, importância e relevância da tradição, representada pela expressão "guru śiṣya paramparā", que contém, em si mesma, as sementes da sua gradual transformação e ressignificação:
Há um aforismo de Ralph Waldo Emerson que exprime com maestria esse sentido de superação da tradição védica que o texto da Bhagavad Gītā apresenta. Ele diz: "Todo o homem que encontro me é superior em alguma coisa. E, nesse particular, aprendo com ele." Somente aqueles que se libertaram dos vínculos com um instrutor religioso em particular podem, como Emerson, ver em todos os seres um instrutor (guru). E, ao fazê-lo, tornam-se, eles mesmos, em certa medida, novos instrutores. São de Emerson também os seguintes aforismos, inspirados no milenar texto da Bhagavad Gītā e que nos auxiliam a compreender a atualidade, importância e relevância da tradição, representada pela expressão "guru śiṣya paramparā", que contém, em si mesma, as sementes da sua gradual transformação e ressignificação:
2018-11-27
Movimentos de Convergência: (1) Maciel por ele mesmo

Tive a oportunidade de discutir com Maciel sobre as contradições de sua formação intelectual, muito influenciada pelos pais, que tinham visões de mundo bem diferentes: sua mãe era Católica Apostólica Romana; e o seu pai, ateu, materialista e simpatizante do Partido Comunista. Daí, inclusive, a razão da escolha do nome “Luiz Carlos”, em homenagem a Luiz Carlos Prestes (1898 – 1990). Foi por influência de sua mãe que Maciel estudou com os jesuítas no Colégio Anchieta, de Porto Alegre, recebendo educação religiosa. No Colégio, Maciel era muito instigado pelos padres para a importância de seguir a verdadeira fé, a religião católica. Ali aprendeu a filosofia tomista que fundamenta a Escolástica Medieval mas, tão logo se tornou adolescente, recebeu de presente do seu pai um exemplar do Manifesto Comunista de Marx e Engels. Isto levou Maciel a ler outras obras destes autores, o que fez com que ele fosse se colocando do lado do povo e se tornando, aos poucos, comunista à sua maneira. Foi de um polo ao outro muito rapidamente: da preocupação com a salvação individual após a morte, passou a experimentar o sentimento de injustiça social e o sofrimento da espécie humana, sujeito ao poder do capital, tal como denunciado pelos marxistas.
2018-11-23
Brasil: em busca de uma grande síntese tropicalista
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Luiz Carlos Maciel (Setembro/2017) |
Pretendo introduzir nas próximas seções do presente capítulo o pensamento psicopolítico do filósofo, jornalista e roteirista LUIZ CARLOS MACIEL (15.03.38 – 09.12.17), o guru da contracultura. Autor de vários livros, dentre eles, o aclamado O Poder do Clímax – fundamentos do roteiro de cinema e TV (reeditado em 2017). Maciel foi um dos fundadores de "O Pasquim" e diretor de redação da revista "Rolling Stone".
2018-11-20
036. Cozinhando com o Coração
RECEITAS DA SEMANA: salada de abóbora com molho de laranja, palmito grelhado com molho pesto, torta de espinafre com ricota, patê de inhame e cenoura, limonada de limão siciliano.
2018-10-29
Não há um caminho para a paz; a paz é o caminho
Em nossa busca pela paz, muitas vezes esquecemos que a verdadeira batalha não ocorre no mundo exterior, mas dentro de nós mesmos. Essa percepção profunda é transmitida pela sabedoria universal da Bhagavad Gītā, o texto central do épico Mahābhārata. Não devíamos nos esquecer jamais, conforme ensina o épico, que o exterior apenas reflete o nosso interior. A verdadeira batalha é aquela que se reflete no mundo como o esforço para se vencer a si mesmo e não ao próximo. Não é a luta de gêneros, de etnias, de classes, nem se dá entre estereótipos de esquerda e direita. Daí a UNESCO expressar em sua Declaração sobre a Cultura da Paz, formulada em 1999, a compreensão de que a a paz verdadeira não pode ser alcançada apenas por meio de soluções externas: "Uma vez que as guerras se iniciam na mente humana, é na mente que devemos construir os mecanismos de defesa da paz."
2018-10-17
Bhagavad Gītā: a meditação sintrópica em seus três estágios
I. Introdução
A novidade e a originalidade do argumento que pretendo desenvolver a seguir decorrem da tese de que o texto da Bhagavad Gītā1 representa a alegoria mais perfeita e bem acabada da arte e da ciência da meditação. Apesar da extensa literatura disponível, quase nada existe a esse respeito. O caráter universalista, não sectário e não dogmático do texto revela a meditação como uma prática sintrópica que não pertence, exclusivamente, a nenhuma denominação religiosa em particular. A Bhagavad Gītā é uma alegoria poética da luta interior que se passa no ser humano. Mostra o percurso de Arjuna, saindo de um estado inicial onde ele aparece como um devoto (bhakta) sem śraddhā, até o momento onde ele se encontra pleno de śraddhā. Quem escuta e faz as coisas de coração, tem crédito – do latim, credere (acreditar, confiar), que também origina o termo “credo” em português. “Credere” deriva de “śrad-dhā”, a certeza interior e a convicção íntima. Quando a mente do aspirante funciona a partir do coração este desenvolve uma “sintonia fina” que lhe permite perceber a vida e o universo de forma sintrópica, como uma espécie de poema cósmico, onde o solo, os rios, a água, o ar que respiramos e a própria vida aparecem como partes de um todo sagrado e em perfeito equilíbrio.
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2018-10-13
035. Cozinhando com o Coração
RECEITAS DA SEMANA: Risoto de ervilha, Aloo Gobi (couve flor com batata à moda indiana), Focaccia de sálvia, Manjar libanês, e Suco de tamarindo e laranja.
2018-08-24
034. Cozinhando com o Coração
RECEITAS DA SEMANA: Fritada de batata, Salada de pepino com molho de gengibre, Quibe vegetariano, Sequilhos de laranja e morango, Batida de uva passa.
2018-08-03
Cultivando egrégoras
I. Os desafios da viagem de retorno
Após o meu retorno ao Brasil, logo me dei conta de que deveria colocar em prática os resultados teóricos obtidos durante a pesquisa de tese desenvolvida na McMaster University (2001-7). Decidi, então, estruturar o site “A Corrente da Borboleta” (2007), para servir de base ao desenvolvimento de grupos de estudos sobre a arte e a ciência da meditação segundo a Bhagavad Gītā. Iniciei um primeiro grupo no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ (2008), no Largo São Francisco, depois outro no programa PACEM da UFRJ (2009 - 2010), na Praia Vermelha e, finalmente, um terceiro grupo em nosso próprio apartamento (2010 até o presente). Foi assim que terminamos por hospedar aqui em casa em 2012, de três a cinco de fevereiro, o evento com Francisco Barreto e outros membros da Grande Síntese para discutir o processo de gestação de uma futura Universidade do Coração. O site “A Corrente da Borboleta” foi, então, doado para a instituição e reestruturado para atender aos interesses da nascente Universidade do Coração (veja aqui).
Após o meu retorno ao Brasil, logo me dei conta de que deveria colocar em prática os resultados teóricos obtidos durante a pesquisa de tese desenvolvida na McMaster University (2001-7). Decidi, então, estruturar o site “A Corrente da Borboleta” (2007), para servir de base ao desenvolvimento de grupos de estudos sobre a arte e a ciência da meditação segundo a Bhagavad Gītā. Iniciei um primeiro grupo no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ (2008), no Largo São Francisco, depois outro no programa PACEM da UFRJ (2009 - 2010), na Praia Vermelha e, finalmente, um terceiro grupo em nosso próprio apartamento (2010 até o presente). Foi assim que terminamos por hospedar aqui em casa em 2012, de três a cinco de fevereiro, o evento com Francisco Barreto e outros membros da Grande Síntese para discutir o processo de gestação de uma futura Universidade do Coração. O site “A Corrente da Borboleta” foi, então, doado para a instituição e reestruturado para atender aos interesses da nascente Universidade do Coração (veja aqui).
2018-07-12
O Quinto Puruṣārtha (Poder do Coração)
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Sermão da Montanha |
Este artigo trata da interpretação sutil, presente no Mahābhārata, dos quatro Puruṣārthas1 (poderes do coração; aspirações humanas) da tradição indiana, subsumidos no quinto e pouco conhecido poder do Espírito, introduzido pelo Senhor Krishna na Bhagavad Gītā. O texto também discute como identificar a voz do coração, a fonte de autoridade que expressa esses poderes do espírito humano, convidando-nos a agir no mundo segundo a sua luz regenerativa e renovadora dos princípios e valores das distintas tradições culturais e religiosas.
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2018-07-02
033. Cozinhando com o Coração:
RECEITAS DA SEMANA: Massa de pizza e Molho de tomate para pizza. Sugestões para cobertura da pizza: i) rúcula, ii) escarola, iii) champignon, e iv) alcachofra. Doce de chocolate com raspas de laranja.
Desde 1889, o dia da pizza é comemorado em 10 de julho, quando o rei Umberto I e a rainha Margherita provaram uma pizza pela primeira vez. A receita, elaborada por Rafaelle Esposito, em Napóles, na Itália, no século XIX, foi recheada com ingredientes que remetiam às cores da bandeira italiana: muçarela (branco), tomate (vermelho) e manjericão (verde), dando origem à pizza Margherita. Então, para celebrar o inverno e o mês desta iguaria apreciada por todos, sugerimos uma segunda rodada de pizzas saudáveis e veganas. Fáceis de fazer, saborosas e nutritivas…
Para a massa e molho de tomate para pizza, clique aqui.
2018-06-18
Gītā-Upadeśa: o ensinamento iniciático sobre a via luminosa do coração
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Representação do Anāhata: o coração espiritual, sede do Espírito. |
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032. Cozinhando com o Coração
RECEITAS DA SEMANA: Massa de pizza, Molho de tomate para pizza e Sugestões para cobertura da pizza: (i) abobrinha grelhada, (ii) Berinjela grelhada, (iii) palmito, e (iv) banana.
Muitos fatos históricos mostram que os egípcios foram os primeiros a misturar farinha com água. Outros afirmam que foram os gregos, que faziam massas a base de farinha de trigo, arroz ou grão-de-bico e as assavam em tijolos quentes. Os babilônios, hebreus e egípcios já misturavam o trigo e amido e a água para assar em fornos rústicos há mais de 5.000 anos. A massa era chamada de “pão de abraão”, era muito parecida com os pães árabes atuais e recebia o nome de piscea. Os fenícios, três séculos antes de Cristo, costumavam acrescentar diferentes coberturas ao pão; os turcos muçulmanos adotavam esse costume durante a Idade Média e, por causa das cruzadas, essa prática chegou à Itália pelo porto de Nápoles, sendo, em seguida, incrementada, dando origem à pizza que conhecemos hoje. No início de sua existência, somente as ervas regionais e o azeite de oliva, comuns no cotidiano da região, eram os ingredientes típicos da pizza. Os italianos foram os que acrescentaram o tomate, descoberto na América e levado à Europa pelos conquistadores espanhóis. Porém, nessa época, a pizza ainda não tinha a sua forma característica, redonda, como a conhecemos hoje, mas sim dobrada ao meio, feito um sanduíche ou um calzone.
2018-06-12
Laços de Família
Tive uma experiência espiritual em sonho em meados de maio de 2003, quando testemunhei os momentos que antecederam a minha própria concepção. Era como se estivesse me vendo antes de nascer, quando, sem a experiência densa da matéria deste mundo, o amor e a alegria se me apresentavam muito intensos. Nascer era ter em mim os meus pais, que tinham dentro deles outros pais, e assim sucessivamente. Uma vez descendo à carne, todavia, percebia como era mais difícil discernir o bem e sentir amor, ou mesmo me recordar das promessas que fazemos antes de nascer. Durante o sonho, parecia ter compreendido que todos os pais são representantes de Deus e experimentam, enquanto pais, um pouco da função divina de zelar e auxiliar no processo da criação. Eu testemunhara as dores e paixões vividas nos momentos que antecedem as concepções e via como os pais tinham nos filhos uma oportunidade de participarem do plano sagrado. Visualizara, inclusive, as suas lutas para a sobrevivência, inicialmente, longe do apoio e aconchego de toda uma estrutura familiar. Era a vida triturando os primeiros sonhos, conduzindo às primeiras quedas, até se iniciar, finalmente, a compreensão de todo este processo que nos faz perceber que, nos filhos, sempre mora um pedacinho dos pais. É por esta porta sempre aberta da família que o olhar dá uma festa na hora em que se retorna [A “Parábola do Filho Perdido”, Lucas, XV, 11-32].
2018-06-10
O Diário dos Sonhos e a Presença dos Ancestrais
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Todas as verdades passam por três estágios. Primeiro,elas são ridicularizadas. Segundo, recebem violenta oposição. Terceiro, elas são aceitas como auto-evidentes. Pseudo-Schopenhauer |
Faz parte de todas as tradições sagradas guardar a memória e prestar homenagens aos ancestrais. O vídeo abaixo, da série “Diário dos Sonhos”, exemplifica como as forças do passado, simbolizada pelos nossos ancestrais, materializam e moldam o presente. É no mundo dos sonhos onde a memória dos ancestrais se apresenta com mais realidade. Nos sonhos, tudo se dá como se todos fôssemos uns partes dos outros, formando grandes famílias, tal como se formam as galáxias e os seus percursos. Como se o trabalho do agora não fosse mais que uma antiga obra sendo resgatada por meio de linguagens ancestrais, codificadas pelo amor. Talvez por isto mesmo, deixara registradas no diário algumas reflexões sobre a presença dos ancestrais em nossas vidas, conforme descrevo a seguir.
2018-06-02
O Processo Sintrópico de Gestação da Instituição Grande Síntese – Um Chamado para a Vida Integral
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Conforme mencionei no texto A Via do Coração: um reencontro com Francisco Barreto, entre janeiro de 1988 e maio de 1989, realizamos, durante as tardes de sábado, no antigo Ashram Ātma, no povoado de Areia Branca, em Aracaju -- SE, uma série de quarenta e dois encontros, denominados de Buddhi Yajñas (Esforços de Intelecção). Nestes encontros, buscávamos, de forma colaborativa e integrativa (sintropicamente), refletir sobre o processo de gestação da Grande Síntese -- a instituição destinada a abrigar o Śuddha Sabhā Ātma, o núcleo responsável pela concepção da Universidade do Coração, um espaço dedicado ao desenvolvimento da consciência e do potencial humano. O Ashram Ātma, importante centro de estudos e práticas espirituais da época, passava por um período de transformação.
Os registros aqui apresentados lançam luz sobre a transformação da jornada espiritual de Francisco, entrelaçada com o ocaso do Ashram Ātma e a subsequente emergência da Grande Síntese. A narrativa expõe os desafios que o Ashram Ātma enfrentou, como a percepção de diluição de suas práticas espirituais e o ingresso de membros sem a devida preparação. Esses fatores culminaram em um apelo por um retorno à essência da vida espiritual, livre de dogmas e aberta a todos os buscadores."
Francisco leu e legitimou estes registros, deixando no próprio texto, um comentário de aprovação e a sua assinatura. Os originais, na verdade, nada além de um rascunho das minhas notas pessoais sobre os tópicos tratados nas reuniões, fazem parte do acervo do Memorial da Grande Síntese.
2018-05-28
031. Cozinhando com o Coração
RECEITAS DA SEMANA: Estrogonofe de palmito e cogumelo, Batata doce assada, Arroz integral simples, Gersal, Suco de abacaxi com coentro e óleo de coco.
1. Estrogonofe de palmito e cogumelo (vegano)
O palmito é um alimento de baixas calorias e rico em potássio, substância que ajuda a manter controlada a pressão arterial, além de ajudar contra a retenção de líquidos. Por ser rico em fibras o palmito contribui para um excelente funcionamento do intestino. Além disso, é rico em cálcio e ferro, importantes para a formação dos tecidos e para a manutenção dos ossos.
2018-05-27
CMT 014 - Oficina de Estudos: a Arte e a Ciência da Meditação
Destinada a introduzir o aspirante aos segredos e às chaves para a compreensão da realidade sintrópica, a disciplina "CMT 014 - Oficina de Estudos: a Arte e a Ciência da Meditação", oferecida no Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza da UFRJ explora os grandes tópicos associados ao surgimento e ao desenvolvimento histórico da arte e da ciência da meditação ou contemplação. Diferencia-se, deste modo, das demais experiências realizadas até aqui em torno da ciência da meditação, em instituições como a UNIFESP, UFF e o próprio Centro de Ciências Médicas da UFRJ, que apresentam uma ênfase, não na história e constituição da arte e da ciência da meditação, mas, basicamente, em sua eficácia enquanto uma prática integrativa, ou “técnica terapêutica", complementar aos demais procedimentos da área de saúde.
2018-04-28
030. Cozinhando com o Coração
RECEITAS DA SEMANA: Conserva de pimenta Dedo de Moça, Feijão refogado, Almôndega de tofu, Bertalha, Patê de cenoura e Castanha de caju.
1. Conserva de pimenta Dedo de Moça (vegana)
A Pimenta Dedo de Moça, da família Capsicum Baccatum, é uma das pimentas mais consumidas no Brasil, estando no grupo das preferidas, principalmente nas regiões Sul e Sudeste. Ela também recebe o nome de Chifre de veado, Pimenta Vermelha ou Pimenta Calabresa. A conserva que iremos ensinar, dica da minha irmã Andréa Curan, possui uma picância que varia de suave a mediana, o que a torna adequada para temperar azeitonas e molhos em geral. Entretanto, pode ser adicionada também ao feijão, acrescentando a ele um aroma delicioso. A conserva de Pimenta Dedo de Moça possui inúmeros benefícios, dentre eles: função analgésica, anti-inflamatória, energética, estimulante, vitaminas, controle de colesterol, entre outros.
2018-04-24
O que é a Prática do Bhāvana do Śuddha Rāja Yoga?
A Prática do Bhāvana1
Há dois termos técnicos muito próximos, presentes nos textos sagrados da Índia, tanto em sânscrito como no páli, que indicam o processo de desenvolvimento mental e contemplação. São eles: "bhāvana" e "bhāvanā". Ambos foram, originalmente, empregados no campo da agricultura, para designar o cultivo da terra. "Bhāvana" é um adjetivo e/ou substantivo neutro, que dá a ideia de desenvolvimento; enquanto "bhāvanā" é um substantivo feminino, que expressa a reflexão e a meditação budista. Ambos os termos referem-se à ideia de "cultivo", no sentido de se trazer algo à existência. Designavam, portanto, o cultivo da terra. O Senhor Buda os utilizou para explicar como cultivar o sentimento intuitivo e a meditação. Uma ideia que é cultivada, ou seja, colocada em prática com o devido fervor, tem mais valor que outra que permanece apenas como uma abstração teórica. Na prática do bhāvana procura-se exercer a escuta interior que nos revela a presença do sagrado em todas as coisas.
Há dois termos técnicos muito próximos, presentes nos textos sagrados da Índia, tanto em sânscrito como no páli, que indicam o processo de desenvolvimento mental e contemplação. São eles: "bhāvana" e "bhāvanā". Ambos foram, originalmente, empregados no campo da agricultura, para designar o cultivo da terra. "Bhāvana" é um adjetivo e/ou substantivo neutro, que dá a ideia de desenvolvimento; enquanto "bhāvanā" é um substantivo feminino, que expressa a reflexão e a meditação budista. Ambos os termos referem-se à ideia de "cultivo", no sentido de se trazer algo à existência. Designavam, portanto, o cultivo da terra. O Senhor Buda os utilizou para explicar como cultivar o sentimento intuitivo e a meditação. Uma ideia que é cultivada, ou seja, colocada em prática com o devido fervor, tem mais valor que outra que permanece apenas como uma abstração teórica. Na prática do bhāvana procura-se exercer a escuta interior que nos revela a presença do sagrado em todas as coisas.
2018-04-17
A Via do Coração: impessoalidade, religião e espiritualidade
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Francisco Barreto, instantes antes do início da cerimônia de consagraçào do Ashram Brahmala (08.04.18) |
Qual dos idealizadores e/ou participantes da organização de um evento se recorda como se deu o seu envolvimento com as distintas etapas do seu processo de elaboração? No caso do evento encerrado no último domingo, tudo começou com a iniciativa de Francisco, de gestar em sua mente esta viagem ao Rio, com todos os seus percalços, dificuldades e acertos, em meados de março. De minha parte, tenho consciência que a minha participação iniciou-se com o convite que recebi de um dos integrantes do grupo de Niterói, no dia 19 de março, logo após a reunião com os colaboradores anônimos da Universidade do Coração, conduzida por Francisco, via Skype, para ir conhecer o espaço que abrigaria o novo Ashram afiliado da instituição. Eu tinha consciência que o estabelecimento do Ashram Brahmala representava uma das principais motivações para a visita de Francisco. Era necessário consagrar aquele espaço e preparar as pessoas que ficariam incumbidas de levar adiante a árdua tarefa de viver e difundir os nobres ideais da realização espiritual, difundidos pela Grande Síntese, órgão mantenedor da futura Universidade do Coração.
2018-04-06
Os fundamentos e as origens do vegetarianismo e do veganismo
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A Opção pelo vegetarianismo desde a infância (1966) |
2018-04-03
A Via do Coração: um reencontro com Francisco Barreto
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Buddhi Yajña: Registros das reuniões de gestação da Grande Síntese |
Conheci Francisco Barreto em 1978, no Ashram Sarva Mangalam, ainda em seu antigo endereço, na esquina das ruas Aurélia e Heitor Penteado, na cidade de São Paulo. Eu frequentava este espaço, dirigido pela saudosa Marinês Peçanha de Figueiredo, desde que fora iniciado nas práticas de meditação, naquele mesmo local, pelas mãos de Sri Vajera, em 25 de agosto de 1974. Francisco havia recém ingressado em nossa instituição (28.08.1977) e estava de passagem por São Paulo. Ainda me lembro quando, após a prática de meditação, Marinês o convidou para se apresentar e dizer algumas palavras sobre o trabalho que estava estruturando em Sergipe. Logo após deixar o nosso grupo, Francisco seguiu viagem para Ribeirão Preto, onde foi recebido por Sérgio Barretto, o seu primeiro contato na instituição.
2018-02-28
029. Cozinhando com o Coração
RECEITAS DA SEMANA: Legumes com curry, Bolinho assado de arroz com painço, Sementes de jaca assadas, Suchá de maracujá, camomila e erva cidreira e Tiramisù vegano.
1. Legumes com curry (vegano)
Esta receita de legumes com curry pode ser adaptada aos legumes da época e ao gostos individuais. Os tempos de cozimento devem ser ajustados conforme os legumes utilizados. Você pode utilizar abobrinha, batata-doce, couve flor, vagem, cenoura, pimentão vermelho, entre outros. Finalmente, o leite de coco atenua o sabor do curry mas, como alternativa, pode se misturar um pouco de iogurte natural diretamente no prato.
2018-01-13
028. Cozinhando com o Coração
RECEITAS DA SEMANA: Salada de feijão fradinho, Batata assada com farinha de rosca, Sopa de cenoura e gengibre, Suco de casca de abacaxi com cravo e canela, Trufa de macadamia e limão.
1. Salada de feijão fradinho (vegana)
O feijão fradinho oferece vários benefícios à saúde, ele é cheio de muitos nutrientes essenciais e é fácil adicioná-lo a uma dieta bem equilibrada. É rico em fibras, essenciais para a manutenção de um processo digestivo saudável e diminuição da constipação. É rico em ferro, que previne a anemia, a qual produz fadiga e fraqueza. O ferro transporta o oxigênio através do corpo para seus órgãos, células e músculos. É rico em zinco, bom para os olhos e um importante impulsionador do sistema imunológico, que pode ajudar a combater a gripe e curar feridas. É rico em proteínas, que ajuda no crescimento das células e fornece energia ao seu corpo. É uma boa fonte de manganês, antioxidante que protege as mitocôndrias, as estruturas dentro das células que produzem energia. É rico em potássio, um nutriente que ajuda a manter os níveis da pressão arterial em números saudáveis, o que reduz o risco de doença cardíaca. É pobre em calorias e gordura, uma proteção contra doenças cardíacas, diabetes e depressão.
Rendimento: 6 porções
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