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2019-01-07

Qual o papel da Bhāṣyopetā de Haṃsa Yogi na tradição da Bhagavad Gītā?

A Khaṇḍa-Rahasya de Haṁsa Yogi: uma análise sobre a Mística da Bhagavad Gītā
Os Śuddha Acharyas R. Vasudeva Row, Dr. Sir. S Subramania Iyer e Pandit K. T. Sreenivasacharya, oriundos, respectivamente, dos três principais sistemas filosóficos do vedānta: Dvaita (dualismo de Madhva), Advaita (não-dualismo de Shankaracharya) e Visishtadvaita (não-dualismo qualificado de Ramanuja).


















Pretendo discutir neste artigo duas questões relacionadas com a tese "Śraddhā in the Bhagavad Gītā" (2007). A primeira refere-se às razões para não ter considerado diretamente no corpo da tese o texto da  Bhagavad Gītā editado pela Śuddha Dharma Maṇḍalam1. A segunda questiona a relevância das discussões geradas em torno desta nova recensão da Bhagavad Gītā. Em linhas gerais, pode-se afirmar que a polêmica gerada por esta nova versão da Bhagavad Gītā constitui um "pseudo-problema", ocasionado pela publicação desse extrato do seu "comentário-guia" da Bhagavad Gītā, intitulado Śrī Bhagavadgītā Bhāṣyopetā, que apresenta, para efeitos de sua análise (Śuddha Sāṃkhya) e síntese (Śuddha Yoga), uma ordem de versos e capítulos distinta da usual.

2017-02-03

O que é a Cultura Sintrópica de Paz e Amor?

O śuddha (essência, puro) dharma (sagrado) constitui a matéria, por excelência, de que trata a Bhagavad Gītā.
Gītopadeśa: O ensinamento da Gītā
1. A Bhagavad Gītā como uma expressão da Filosofia Sintrópica na práxis

Presente em todas as culturas, a discussão sobre a práxis da Filosofia Sintrópica tem início com os antigos Ṛṣis1 do período védico da Índia e encontra o seu clímax no diálogo da Bhagavad Gītā, quando Krishna revela a Arjuna a arte (yoga) e a ciência (vidyā) da meditação no Absoluto (Brahman). O objetivo deste ensaio é mostrar que o sentido deste ensinamento (Gītopadeśa) sobre a natureza essencial (śuddha) do sagrado (dharma) é a instauração lenta e gradual de uma cultura universal e sintrópica, capaz de conciliar e harmonizar todas as demais.

Bhagavad Gītā chegou ao Ocidente em 1785, traduzida para o inglês por Charles Wilkins. Constitui-se, não propriamente como uma Escritura Sagrada – visto ser um Poema Filosófico –, mas como a Escritura das Escrituras Sagradas, ou seja, aquela capaz de revelar, nas demais, a presença das mesmas sementes da Filosofia Sintrópica universal. Por estruturar-se como um poema filosófico, a Bhagavad Gītā não estabelece, de forma rígida, a dicotomia entre o sagrado e o profano. Pelo contrário, expressa-a, sob o prisma de śraddhā2, o sentimento sintrópico que se constitui como o tema transversal dos textos sagrados da grande maioria das diferentes tradições religiosas.