2020-12-24

A passagem de Francisco Barreto e o nascimento da Universidade do Coração

Surya Yogi Dasa (1950 - 2020)
Este artigo introduz e contextualiza a playlist do canal do YouTube "Práxis Sintrópica / Śuddha Yoga", criada em 22 de julho de 2020, para desenvolver a hagiografia do santo e iogue Francisco Barreto (25.11.1950 – 13.11.2020), instrutor espiritual do Śuddha Dharma Mandalam, conhecido como Ir. Surya Yogi Dasa (veja aqui). A motivação para este estudo surgiu da sua orientação para que eu zelasse pelo seu memorial. O último vídeo da série de 2020 (Veja aqui) esclarece como estas discussões estão estabelecendo a hagiografia de Francisco, ou como se diz na literatura sagrada do sânscrito, a sua “charita”, ou Sūrya-charita.

Os budistas desenvolveram a ideia de que o exemplo de vida de uma pessoa com autoridade espiritual (pramāṇa) constitui o próprio dharma e cunharam a expressão “dharma-pramāṇa” para representá-la. Esta expressão designa os que alcançaram a proeminência espiritual, ou “śraiṣṭhya”, no mundo. Originalmente, foi aplicada ao Senhor Buda, como se pode ver na sua famosa hagiografia (charita), o Buddhacharita, de autoria de Aśvaghoṣa. Esta mesma ideia também está presente em textos onde Krishna aparece como um representante da Autoridade Suprema, ou seja, como um autêntico dharma-pramāṇa, ou expressão do sagrado. Como exemplo, podemos citar o Bhāgavata Purāṇa, texto muito caro aos discípulos da tradição do bhakti-vedānta, que descreve a vida e a obra de Krishna, elevando-o à condição de raiz e fonte das Escrituras Sagradas. Krishna, Buda, Jesus e outros grandes seres ilustram os modos, distintos e complementares, de se viver a essência mais pura da condição de dharma-pramāṇa, tecnicamente, designada como śuddha dharma.


Em suma, este Sūrya-charita, em forma de vídeo, trata da consagração de Francisco Barreto à práxis sintrópica, ou śuddha yoga, descrita na Bhagavad Gītā e representada pelo exemplo de vida de todos os grandes mestres da humanidade.

O Nascimento da Universidade do Coração

Três fatos ajudam a compreender como se deu o amadurecimento da ideia de trazer à luz, na virada deste milênio, o projeto de se constituir a Universidade Śuddha, a Universidade do Coração. O primeiro tem a ver com o antigo Ashram Atma; o segundo, com o encontro que tive com Francisco no período da passagem de 1999 para o ano 2000 e o Dia de Reis; e o terceiro, com a carta que recebi da McMaster University, em quinze de abril de 2000.

O primeiro fato

Após a morte do nosso primeiro instrutor de Śuddha Yoga e Śuddha Dhyāna, o saudoso Śrī Vájera (1895 – 12.09.1984), Cássia e eu estreitamos ainda mais a parceria com Francisco Barreto, encarregado de materializar o Śuddha A passagem de Francisco Barreto e o nascimento da Universidade do Coração Ātma enquanto um polo difusor da nascente cultura sintrópica. Até o seu falecimento, Francisco foi o único Instrutor externo do Sabhā, com duas funções principais: (i) promover o desenvolvimento dos Ashrams alinhados com a essência (śuddha) do sagrado (dharma) e (ii) estabelecer as bases sintrópicas e o modo de funcionamento da Universidade do Coração. Ficamos sob a sua orientação espiritual direta de janeiro de 1987 até o final de 1990. Em janeiro de 1987, Cássia e eu nos mudamos para Sergipe, integrando-nos ao projeto de gradual materialização do Śuddha Sabhā Ātma. Acompanhamos, inclusive, a mudança de sua sede original, no antigo Ashram Atma de Aracaju, para a nova e definitiva, no seio da Fazenda Mãe Natureza, à beira do rio São Francisco, no distrito de Santana do Parnaíba, em Neópolis, divisa já com Alagoas. Concluída essa etapa preliminar da disciplina espiritual, sob a tutela de um instrutor, retornamos para o sudeste dispostos a levar em frente o novo desafio, de avançar pelo estágio espiritualista e não sectário da ciência sagrada, até nos tornarmos nossos próprios mestres, em conformidade com os ideais da Universidade do Coração, descritos na ancestral e universal ciência sintrópica do sagrado coração, presente na Bhagavad Gītā.

A Grande Síntese representa a parte concreta, já visível, da Universidade do Coração. Todo o seu corpo diretor foi formado por Francisco. Eu mesmo, como um de seus membros fundadores, aceitei o convite de Francisco para idealizar e materializar o site e os conteúdos da nascente Universidade do Coração. Com o site já organizado e planejado para que o projeto pudesse ter continuidade sem a minha presença, ele pode, então, ser entregue aos cuidados dos próprios dirigentes locais da instituição. Dentre as diversas iniciativas já desenvolvidas na Grande Síntese, em consonância com o estabelecimento da futura Universidade do Coração, destacam-se (1) a Escola da Síntese - Curtindo o Coração, que nasceu no Edifício Milagres e (2) o Projeto Bambá, desenvolvido na Fazenda Mãe Natureza (Santana do São Francisco -- SE). A Escola da Síntese iniciou as suas atividades em agosto de 2011, poucos meses após a inauguração e consagração do Edifício Milagres, situado à Rua Lagarto, nº 58, em Aracaju, ocorrida às 5h00 da manhã do domingo de 16 de janeiro de 2011.

Ashram Atma, 1988
A parte subjetiva, sutil, da Universidade do Coração, entretanto, transcende o escopo e o alcance da própria Grande Síntese, antecedendo-a no tempo, inclusive, em muitas décadas. O projeto da Universidade Śuddha, como era então chamado, expressa um antigo sonho de Sri Vajera e a sua gestação começou a se dar ainda no antigo Ashram Atma. Como já mencionado algumas vezes ao longo deste estudo, o Ashram Atman representou a experiência pioneira no Brasil de uma vida comunitária, onde os membros residentes se organizaram em torno de uma ecovila. Foi o encerramento daquela experiência em torno de uma ecovila auto sustentável, embora realizada apenas de forma isolada e local, que marcou o início do desafio de levar aqueles resultados para o seio das cidades. Francisco fez da Grande Síntese um polo irradiador da práxis sintrópica, que visa beneficiar, não apenas os moradores das ecovilas, mas, principalmente, a vida e as famílias dos cidadãos comuns, ou seja, moradores dos mais diversos tipos de centros urbanos do Brasil. 

Com este entendimento, após ter concluído o estágio de quatro anos no antigo Ashram Ātma, no dia 25 de dezembro de 1990 entreguei a Francisco, como forma de agradecimento, uma cópia do glossário que elaborara durante o período que passara no Ashram, com os principais termos técnicos da literatura do Śuddha Dharma (ver arquivo digitalizado). O Glossário representava a materialização de um projeto de vida iniciado há vinte e seis anos,  quando recebera de Sri Vajera, em 25 de agosto de 1974, a minha primeira iniciação nos mistérios do Śuddha Yoga, revelado por Krishna na Bhagavad Gītā. Ouvira de Sri Vajera, por anos, as lições sobre os ideais da futura Universidade Śuddha, de harmonizar e unificar as mais variadas tradições filosóficas e religiosas, em conformidade com o que procura retratar Bhagavan Das em seu seminal livro Essential Unity of All Religions (1932). Quando chegamos ao Rio de Janeiro, em janeiro de 1991, Cássia e eu ainda não sabíamos, exatamente, porque estávamos vindo para cá e não para São Paulo, de onde partíramos para nos juntar ao pioneiro projeto eco espiritual do Ashram Atma. Pouco tempo depois, entre 3 e 14 de junho de 1992, aconteceria no Rio a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a ECO 92. Logo percebemos que deveríamos trabalhar para plantar as sementes da espiritualidade laica e pura da ecologia profunda, que surge da meditação e da práxis sintrópica, definidas no Śuddha Yoga.

O segundo fato

O segundo fato diz respeito ao período da passagem de 1999 para o ano 2000, quando estive com Francisco na Fazenda Mãe Natureza e em sua casa, em Aracaju. Havia dez anos que não nos víamos, nem nos falávamos. Este período representara o meu estágio prático de viver e me conduzir segundo as minhas próprias luzes, esforçando-me por aprender a auscultar o sagrado coração e deixar-me sob a sua condução. O exercício era não delegar a nenhuma autoridade externa aquilo que deveria ser primazia da autoridade interna, o Īśvara, o Espírito no coração. Enviara a Francisco havia pouco tempo um exemplar do primeiro livrinho de minha autoria, Síndrome do Pânico: aprendendo com a pedagogia da dor, lançado em maio de 1998. Ele lera, mas não se impressionara. Havia ainda mágoa, ressentimento naquelas linhas; o texto não convencia como novela, nem como expressão do Śuddha Yoga. 

O esforço de produzir um texto literário, uma pequena novela, contudo, havia servido de seta para o novo passo que pretendia dar. Estava ali com Francisco para falar disso. Buscava a sua aprovação para ter certeza sobre o caminho que estava decidido a seguir, muito diferente do dele próprio, mas que eu via como complementar. Conversamos muito sobre esse tema e senti que reunira os elementos de que eu necessitava para chegar à uma conclusão. Francisco sempre tomou o cuidado de não interferir com instruções diretas, como ainda fazia em relação à grande maioria dos membros, incapazes de ouvir, verdadeiramente, os ditames dos próprios corações. Os primeiros encontros aconteceram na Fazenda Mãe Natureza e os demais no prédio da loja Floressência, situado na rua Augusto Maynard, onde Francisco residia. 

Foram dias intensos. Todas as noites eu sonhava sobre a minha própria história familiar e tudo o mais que havíamos tratado. Francisco me mostrou os diferentes projetos em andamento na Grande Síntese, explicando-me a razão e a natureza de cada um. Disse-me estar preparando os alicerces sobre os quais iria se materializar o projeto da Universidade Śuddha, antigo sonho de Sri Vajera. Mostrou-me o espaço de cura prânica, da cromoterapia, dos fitoterápicos; e falou da importância da aplicação dos conceitos do Śuddha Dharma no atendimento aos enfermos. Contou como havia tratado uma criança com leucemia que, praticamente, fora curada. Os temas doença e saúde e vida espiritual preencheram os últimos dias daquela estada com Francisco. Ele sabia que teria uma jornada difícil pela frente. Pela primeira vez em sua vida, o resultado do seu checkup não fora bom e a sua intuição parecia lhe dizer que ele estava diante de um quadro de lenta e gradual degradação do seu estado geral de saúde. Necessitava se aprofundar em seus estudos sobre o significado da doença como cura; e aprender a ver na morte, o renascimento. Francisco me descreveu a experiência dele com a morte de seu pai e me confidenciou algumas das providências que gostaria de ver atendidas em seu próprio funeral. Era o seu desejo que os seus ritos funerários fossem celebrados com a Pastoral de Beethoven, que representa um elogio à vida e à alegria. E, no lugar do choro, queria as pessoas discursando sobre o verdadeiro significado das doenças e da morte. Queria de nós o exemplo. Durante o período da doença, a nossa postura não deveria ser de rejeição e dor, mas de obtenção de forças para a aceitação da vontade divina, que é perfeita. Daí a conversa evoluiu para uma reflexão sobre a capacidade de se fazer tudo colocando-se na ação por inteiro, com o coração todo, segundo a práxis do amor.

Olhando para Francisco podia ver o caminho que estava se abrindo para mim. Sabia o que gostaria de investigar. Francisco disse que ainda precisava continuar aquela conversa. Na madrugada do Dia de Reis, saímos para uma caminhada pelo calçadão da rua da frente do rio Sergipe. E foi aí que Francisco me alertou sobre como Cássia e eu deveríamos nos preparar para desatar os nós que os Mestres nos proporiam para levar em frente o ideal que me propunha a abraçar. Encerrou nos alertando de que teríamos que dar um grande passo e que o sofrimento maior seria da Cássia. E é isto que agora me leva ao terceiro fato.

O terceiro fato

Dezembro de 2006: conversa com Francisco na
Fazenda Mãe Natureza. 
Quatro meses após regressar da Grande Síntese, no sábado, quinze de abril de 2000, recebi uma correspondência da McMaster University me informando sobre a aprovação da bolsa de estudos para o doutorado, com início previsto para setembro. Como a defesa da dissertação de mestrado na UFRJ só pode ser realizada em dezembro, adiei a ida por um semestre e viajei com Cássia para o Canadá no dia de Natal daquele ano, vinte e cinco de dezembro de 2000, outro dia 25 muito importante em minha vida. Durante os seis anos do doutorado, uma vez por ano, no período de férias, ou eu vinha para o Brasil, ou Cássia ia para o Canadá. O meu desafio, na práxis, foi viver a disciplina que me permitiu identificar aquela qualidade central ao texto da Bhagavad Gītā e que, conforme eu testemunhara, estava representada no exemplo vivo da vida de Francisco. A tese que defendi na McMaster University apenas destacou o termo em sânscrito, presente na Bhagavad Gītā, que representava aquela qualidade que via em Francisco. Ele era encarnação plena de śraddhā, que logo se revelou o pilar principal da Universidade do Coração. A tese representava, portanto, o embasamento teórico do projeto da Universidade Śuddha. O meu sucesso na defesa, do mesmo modo, simbolizava a prova concreta, na prática, de que eu desatara com sucesso os nós espirituais que os Mestres, nas palavras de Francisco, haviam me proposto.

De volta ao Brasil, no final de 2006, para terminar a revisão final da tese, que defenderia em abril de 2007, procurei por Francisco e tomei algumas iniciativas para aproximar os nossos trabalhos. Em 2007, estruturei o site “A Corrente da Borboleta” para servir de base ao desenvolvimento de grupos de estudos sobre a arte e a ciência da meditação segundo a Bhagavad Gītā (veja aqui). Iniciei um primeiro grupo de estudos no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ (2008), no Largo São Francisco, depois outro no programa de extensão PACEM da UFRJ (2009 - 2010), na Praia Vermelha, e, finalmente, um terceiro grupo em nosso próprio lar (2010 até o presente). E foi assim que terminamos por realizar aqui em casa, em 2012, de três a cinco de fevereiro, o evento com Francisco Barreto e outros membros da Grande Síntese que discutiu o processo de gestação da Universidade do Coração, culminando com a sua reunião inaugural. Como primeiro passo, para a materialização do projeto conjunto, doei o site “A Corrente da Borboleta” para a Grande Síntese, centro diretor do projeto, e o reestruturei para que ele pudesse atender aos interesses da nascente Universidade do Coração. A foto ao lado registra a presença dos seus membros fundadores. O processo gradual de implementação da futura Universidade do Coração foi definido neste primeiro encontro. Definimos naqueles três dias os pilares fundamentais da Universidade do Coração, os quais vinham sendo gestados há alguns anos, a partir de diversas iniciativas dos três campi mantidos pela Grande Síntese: (1) a Fazenda Mãe Natureza; (2) a Comunidade do Eu Sou (em frente a estação da balsa que faz a travessia para Penedo - AL), e (3) o Edifício Milagres.

A reunião inaugural da
Universidade do Coração
Alguns meses depois deste encontro, no dia 31 de agosto de 2012, sexta-feira, às 21h00, aconteceu, na Fazenda Mãe Natureza, a cerimônia de consagração e inauguração do complexo do Śuddha Sabhā Ātma, instância espiritual responsável pela concepção e implementação da Universidade do Coração. O estabelecimento da Pedra Fundamental da nova sede do Śuddha Sabhā Ātma acontecera em 31 de dezembro de 2011, sábado, exatamente às 12h00, e foi a partir daí que se passou a desenvolver de forma mais concreta uma serie de ações destinadas à constituição desta Universidade, voltada, unicamente, a facilitar o contato real com o Ser Sagrado que reside no coração de todos os seres.

Por que o Rio de Janeiro?

Para se entender o porquê de Francisco ter optado por vir ao Rio de Janeiro para dar início ao projeto da Universidade do Coração, em vez de nos convidar para ir até a sede da Grande Síntese, temos que nos reportar às razões das suas outras quatro visitas ao nosso grupo e, em duas delas, ter aproveitado para organizar uma vivência na UFRJ, onde Cássia leciona e, à época, eu desenvolvia o meu pós-doutorado em Estudos da Índia. Logo na primeira vinda, Francisco realizou a vivência "Ser é Inter-ser", nos dias 26 e 27 de março de 2010, no Salão Nobre da Praia Vermelha, refletindo sobre o relacionamento humano a partir da luz do coração. No dia 28 de março, Francisco realizou uma pequena cerimônia de consagração do núcleo de estudos na sala da nossa residência, estabelecendo, oficialmente, a nossa aliança com a Grande Síntese. Gradualmente, após o estabelecimento do núcleo de estudos na sala da nossa residência, todo o nosso lar tornou-se um espaço dedicado à Universidade do Coração. Já há algum tempo, na exata medida em que fomos superando as duras provas a que fomos submetidos ao longo dos anos, culminando com o diagnóstico definitivo do câncer de língua em fevereiro de 2016, todos os ambientes de casa, sem exceção, foram integrados ao projeto. 

Salão Nobre da Praia Vermelha (2010)
Em 2011, Francisco retornaria ao Rio de Janeiro, levando à UFRJ a vivência "Encontros com o Coração", iniciada no dia 01 de julho no auditório da Casa da Ciência da UFRJ, na Praia Vermelha, e concluída no dia 02 de julho, nas dependências do Instituto de Geociências do CCMN da UFRJ. Alguns anos mais tarde, desse grupo sairiam as pessoas que iriam formar o Ashram Brahmala de Niterói, justificando o retorno de Francisco ao Rio de Janeiro em mais duas oportunidades. Na quarta, preparou as bases para a fundação do Ashram Brahmala e, em seguida, na quinta-feira, dia 14 de setembro de 2017, encontrou-se com o nosso grupo. Nesta ocasião, antes do almoço, consagrou os alimentos com a oração do Pai Nosso em aramaico, idioma utilizado por Jesus (veja aqui). Em sua quinta e última vinda ao Rio de Janeiro, juntamente com alguns membros dos Ashrams filiados à Grande Síntese e de outros membros fundadores da Universidade do Coração, consagrou e deu início, no dia 08 de abril de 2018, ao pleno funcionamento do novo Ashram Brahmala. Após a consagração do novo Ashram, encerrou a sua visita ao Rio com o evento "A Via do Coração, encontro com Francisco Barreto", realizado em nosso núcleo de estudos, no dia 15 de abril, e que simbolizou a conclusão com sucesso dos objetivos da viagem. 

Nosso núcleo de estudos (2017)
Desde então, ficou claro que o trabalho, meu e de Cássia, como membros fundadores da Universidade do Coração, é zelar pela preservação e pureza desse conceito e introduzí-lo, aos poucos, no ambiente acadêmico, para que ele possa se multiplicar pelo mundo como expressão do Śuddha Yoga, que possibilita a edificação do nosso caráter à luz do Ātman. E foi assim que o esforço empreendido por Francisco nestas cinco viagens ao Rio de Janeiro, para fazer germinar a semente da Universidade Śuddha, plantada no Ashram Ātma e na Grande Síntese, logo começou a dar frutos. Dentre eles, poucos meses após a sua última visita ao Rio de Janeiro, destaca-se a criação da disciplina, A Arte e a Ciência da Meditação, ofertada no Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza da UFRJ a partir de 2019, com a aprovação de Francisco.

08.04.18. Consagração do
Ashram Brahmala 
A passagem de Francisco Barreto

Francisco faleceu na sexta-feira, dia 13 de novembro de 2020, pouco antes da meia noite, após vários meses em home care, conforme destacamos em vários vídeos da playlist Sūrya-charita (veja aqui). O seu corpo foi trasladado de Aracaju para a Fazenda Mãe Natureza, na madrugada de sexta-feira para sábado, dia 14. No caixão havia uma imagem de São Francisco de Assis com alguns discípulos. O sepultamento na Fazenda Mãe Natureza, entretanto, se deu com Francisco enrolado em uma rede, conforme era o seu desejo. Era também o seu desejo que a cerimônia fosse simples, com poucas pessoas. Por isto, quase ninguém foi avisado, apenas as pessoas mais próximas do projeto. Durante os serviços, os presentes entoaram mantras e, acompanhadas de um violão, cantaram algumas das canções preferidas de Francisco. Os sinos da fazenda bateram por mais de meia hora, até o corpo ser sepultado.


Rio de Janeiro 24.12.2020.
(Atualizado em 08.04.23)

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