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2025-05-25

A Meditação Sintrópica e o Foco na Alta Performance Musical: Uma Abordagem que Vai Além da Técnica

Do Foco Técnico ao Foco Vibracional:
A Meditação Sintrópica como
Arte de Escutar o Ser

Dando continuidade ao texto anterior sobre yogyatā e rasa, este novo ensaio explora as diferenças entre mindfulness, hipnose e a meditação sintrópica proposta pelo Śraddhā Yoga. Aqui, o foco não é uma técnica isolada, mas um estado vibracional — resultado de um alinhamento entre intenção, presença e Ser. Em vez de propor fórmulas, o texto aponta um caminho vivo: o do praticante que, guiado por śraddhā, descobre a arte de tocar com o coração em ressonância com o ritmo do real.

2025-05-19

Além do Foco: Da Atenção Plena à Heartfulness — A Meditação Sintrópica do Śraddhā Yoga

***
De mindfulness a kindfulness,
até chegar ao heartfulness — a bússola interior,
que conduz a mente de volta ao coração,
 onde brilha o eixo do Ser.
***

1. Introdução: O Sucesso e os Limites do Mindfulness

Nas últimas décadas, a meditação conquistou espaço nos centros de saúde, empresas e universidades ocidentais. Boa parte desse reconhecimento deve-se à popularização do mindfulness, uma adaptação contemporânea de práticas meditativas orientais, especialmente budistas, promovida por Jon Kabat-Zinn e outros pesquisadores. Seu sucesso está relacionado à promessa de alívio do estresse, regulação emocional e bem-estar psicológico.

2025-01-07

Apresentação da Disciplina CMT014

A Arte e a Ciência da Meditação

A disciplina CMT014 — A Arte e a Ciência da Meditação — integra o currículo da Universidade Federal do Rio de Janeiro com o objetivo de oferecer uma abordagem crítica, transdisciplinar e vivencial sobre as práticas meditativas. Longe de formar adeptos ou impor doutrinas, seu propósito é fomentar uma consciência lúcida e sensível, capaz de compreender a multiplicidade das tradições e técnicas meditativas ao longo do tempo.

2021-11-06

Meditação e Espiritualidade: Referências para Estudo e Pesquisa

Apresentamos a seguir uma pequena seleção dos recursos audiovisuais, das referências bibliográficas e dos sites recomendados para consulta. Todo este material foi organizado tendo-se em conta a seguinte espinha dorsal, que estrutura esta disciplina segundo três metáforas e três mantras principais: (1) a metáfora dos dois pássaros; (2) a metáfora do cisne; (3) a metáfora da quadriga; (4) o mantra AUM (OM); (5) o mantra Haṃsa; e (6) o mantra OM NAMO NĀRĀYAṆĀYA.


I. SELEÇÃO DE VÍDEOS PARA ESTUDOS INTRODUTÓRIOS
E/OU APROFUNDAMENTO

I.1. VÍDEO ILUSTRATIVO DA ESSÊNCIA DA ARTE E DA CIÊNCIA DA MEDITAÇÃO
Meditação em um Instante (One Moment Meditation)




O vídeo "Meditação em um Instante" ilustra o conceito da meditação e os benefícios que ela pode trazer. O vídeo, aparentemente, simplifica a técnica para torná-la acessível a iniciantes. Contudo esse foco na meditação em um instante pode ser visto como um portal para reconectar com a consciência plena e o fluxo da existência, representados pela "Grande Lei" ou "Ṛta". Originário da filosofia indiana, o conceito de Ṛta  descreve a ordem cósmica, a lei natural que rege o universo. Cada vez que trazemos a atenção de volta à respiração, estamos nos realinhando com essa força vital, com o ritmo natural do universo.

O vídeo, em sua simplicidade, acaba por introduzir um conceito profundo: a possibilidade de integrar a meditação à vida cotidiana, de forma contínua. Não se trata apenas de "ter tempo para meditar", mas de cultivar a presença e a atenção plena em cada momento, transcendendo o ego e se tornando um instrumento da manifestação da "Grande Lei". É nesse estado de entrega e receptividade que  compreendemos que  não somos nós que agimos, mas a força vital que flui através de nós, guiando cada passo em harmonia com o universo.

A técnica em si é simples:

Sente-se com os pés firmemente plantados no chão e a coluna ereta, mas não rígida.
Coloque as mãos em uma posição equilibrada, simétrica e imóvel.
Concentre-se na sua respiração a cada momento.
Se você se distrair, basta trazer sua mente de volta para a respiração.
O vídeo então guia você através de uma meditação básica de um minuto.

O vídeo ilustra então as diferentes formas de se cultivar a meditação como um ato contínuo, não importando se estamos em filas ou reuniões. O objetivo final da meditação é fazer de cada instante uma meditação, até que a nossa vida toda se transforme em uma meditação, pois já não necessitaremos de tempo algum para entrar no estado de meditação. Ao integrar a prática em nosso cotidiano e transcender a ilusão do ego, nos abrimos para uma vida mais consciente,  harmoniosa e alinhada com a "Grande Lei",  permitindo que a sabedoria universal se manifeste através de nós.

I.2. O que é meditação segundo a Bhagavad Gītā?

A meditação nos emancipa da sujeição à nossa materialidade instintiva e promove o desenvolvimento do altruísmo, característico da consciência espiritual. A marca característica (lakṣaṇa) dos praticantes das formas superiores de meditação (veja aqui) é a capacidade que desenvolvem de agir de forma amorosa e altruísta, em conformidade com a consciência da verdade e da justiça, expressões da lei sintrópica universal (Ṛta). Os três vídeos abaixo ilustram como realizar a meditação do coração, de que trata a Bhagavad Gītā. A Bhagavad Gītā é parte central do épico Mahābhāratao berço da Filosofia Sintrópica e sua Práxis.

2017-11-04

A Árvore do Śraddhā Yoga: do Bhāvana, ao Aṣṭāṅga e à Vipassanā

Este ensaio sobre o Yoga e as práticas de meditação aponta para algumas semelhanças existentes entre as modalidades de meditação associadas às tradições védica e budista e as discute no contexto de quatro eixos principais: (1) a filosofia do coração da Bhagavad Gītā; (2) os quatros pilares que fundamentam os sistemas religiosos e as cinco classes de Escrituras Sagradas que os caracterizam; (3) a metáfora da árvore aśvattha, de raízes invertidas, presente na Bhagavad Gītā, segundo a interpretação de B.K.S. Iyengar; e (4) o Yoga Ancestral, resgatado por Krishna, o Aṣṭāṅga Yoga e o budismo das tradições Theravāda e Mahāyāna. Mais do que uma comparação entre sistemas, trata-se aqui de uma intuição inicial do Śraddhā Yoga como raiz comum — uma raiz viva — cujos galhos se estendem por diferentes formas de atenção, amor e libertação.

De modo geral, não é comum discutir as semelhanças e sim as diferenças dos distintos sistemas religiosos, até porque uma nova tradição, geralmente, só se estabelece negando a que a precedeu. Este artigo, entretanto, trata das semelhanças, considerando, como dizia Gandhi, que "enquanto raízes as religiões são muitas, mas enquanto tronco ela é uma só".