2018-06-18

Gītā-Upadeśa: o ensinamento iniciático sobre a via luminosa do coração

A Arte e a Ciência da Meditação segundo a Bhagavad Gītā
Representação do Anāhata:
o coração espiritual, sede do Espírito.
Vi outro dia num portal a seguinte recomendação: “você deve seguir sempre o seu coração”. O portal também sugeria que o conceito de espiritualidade iria, no futuro, ocupar o espaço hoje reservado à “religião” do homem dividido: “Um dia os homens não terão mais rótulos religiosos. Ninguém se dirá católico, protestante, hindu, (...) ou qualquer outra coisa, porque a única identificação que trará consigo será o amor.”  Isto me fez pensar na ancestral técnica védica utilizada pelos Rishis (videntes) na elaboração de textos sagrados, conhecida como Ṛṣi-nyāsa e chamada de Noúres por Pietro Ubaldi. Ṛṣi-nyāsa expressa a capacidade de fazer de toda atividade uma Invocação da energia divina e sintrópica (brahma-śakti).  Esta energia aparece personificada no Ṛgveda como a deidade Śraddhā, que, no  épico Mahābhārata, é invocada em seu aspecto de Durgā (Invencível) por Arjuna, em conformidade com a orientação de Krishna. Como consequência e expressão de Ṛṣi-nyāsa nasce, então, o próprio diálogo da Bhagavad Gītā.

032. Cozinhando com o Coração

A Arte e a Ciência da Meditação segundo a Bhagavad Gītā
RECEITAS DA SEMANA: Massa de pizza, Molho de tomate para pizza e Sugestões para cobertura da pizza: (i) abobrinha grelhada, (ii) Berinjela grelhada, (iii) palmito, e (iv) banana.


Muitos fatos históricos mostram que os egípcios foram os primeiros a misturar farinha com água. Outros afirmam que foram os gregos, que faziam massas a base de farinha de trigo, arroz ou grão-de-bico e as assavam em tijolos quentes. Os babilônios, hebreus e egípcios já misturavam o trigo e amido e a água para assar em fornos rústicos há mais de 5.000 anos. A massa era chamada de “pão de abraão”, era muito parecida com os pães árabes atuais e recebia o nome de piscea. Os fenícios, três séculos antes de Cristo, costumavam acrescentar diferentes coberturas ao pão; os turcos muçulmanos adotavam esse costume durante a Idade Média e, por causa das cruzadas, essa prática chegou à Itália pelo porto de Nápoles, sendo, em seguida, incrementada, dando origem à pizza que conhecemos hoje. No início de sua existência, somente as ervas regionais e o azeite de oliva, comuns no cotidiano da região, eram os ingredientes típicos da pizza. Os italianos foram os que acrescentaram o tomate, descoberto na América e levado à Europa pelos conquistadores espanhóis. Porém, nessa época, a pizza ainda não tinha a sua forma característica, redonda, como a conhecemos hoje, mas sim dobrada ao meio, feito um sanduíche ou um calzone.

2018-06-12

Constelação: onde quer que você esteja, seja a alma do lugar . . .

Aonde quer que você esteja, seja a alma do lugar
"Onde quer que você esteja, seja a alma do lugar" – esta frase, atribuída ao poeta Jallaludin Rumi (1207 - 1273) e utilizada no poema "O Silêncio" (veja aqui), de autoria de Chico Xavier, fez-me lembrar de uma experiência espiritual que tive em sonho em meados de maio de 2003, quando testemunhei os momentos que antecederam a minha própria concepção. Era como se estivesse me vendo antes de nascer, quando, sem a experiência densa da matéria deste mundo, o amor e a alegria se me apresentavam muito intensos. Nascer era ter em mim os meus pais, que tinham dentro deles outros pais, e assim sucessivamente. Uma vez descendo à  carne, todavia, percebia como era mais difícil discernir o bem e sentir amor, ou mesmo me recordar das promessas que fazemos antes de nascer [LE, Q. 132 e 330-343]1. Durante o sonho, parecia ter compreendido que todos os pais são representantes de Deus e experimentam, enquanto pais, um pouco da função divina de zelar e auxiliar no processo da criação. Eu testemunhara as dores e paixões vividas nos momentos que antecedem as concepções e via como os pais tinham nos filhos uma oportunidade de participarem do plano sagrado. Visualizara, inclusive, as suas lutas para a sobrevivência, inicialmente, longe do apoio e aconchego de toda uma estrutura familiar. Era a vida triturando os primeiros sonhos, conduzindo às primeiras quedas, até se iniciar, finalmente, a compreensão de todo este processo que nos faz perceber que, nos filhos, sempre mora um pedacinho dos pais. É por esta porta sempre aberta da família que o olhar dá uma festa na hora em que se retorna [A “Parábola do Filho Perdido”, Lucas, XV, 11-32].

2018-06-10

O Diário dos Sonhos e a Presença dos Ancestrais

Todas as verdades passam por três estágios.
Primeiro,elas são ridicularizadas. Segundo, recebem violenta oposição.
Terceiro, elas são aceitas como auto-evidentes.
Pseudo-Schopenhauer
Faz parte de todas as tradições sagradas guardar a memória e prestar homenagens aos ancestrais. O vídeo abaixo, da série “Diário dos Sonhos”, exemplifica como as forças do passado, simbolizada pelos nossos ancestrais, materializam e moldam o presente. É no mundo dos sonhos onde a memória dos ancestrais se apresenta com mais realidade. Nos sonhos, tudo se dá como se todos fôssemos uns partes dos outros, formando grandes famílias, tal como se formam as galáxias e os seus percursos. Como se o trabalho do agora não fosse mais que uma antiga obra sendo resgatada por meio de linguagens ancestrais, codificadas pelo amor. Talvez por isto mesmo, deixara registradas no diário algumas reflexões sobre a presença dos ancestrais em nossas vidas, conforme descrevo a seguir.

2018-06-02

O processo sintrópico de gestação da Grande Síntese – Instituto Cultural para o Florescimento do Homem

A Arte e a Ciência da Meditação segundo a Bhagavad Gītā

Conforme mencionei no texto A Via do Coração: um reencontro com Francisco Barreto, entre janeiro de 1988 e maio de 1989, realizamos, durante as tardes de sábado, no antigo Ashram Ātma, no povoado de Areia Branca, em Aracaju -- SE, uma série de quarenta e dois encontros, denominados de Buddhi1 Yajñas (Esforços de Intelecção), para refletir sintropicamente sobre o processo de gestação da Grande Síntese -- a instituição destinada a abrigar o Śuddha Sabhā Ātma, o núcleo responsável pela concepção da Universidade do Coração

Francisco leu e legitimou estes registros, deixando no próprio texto, um comentário de aprovação e a sua assinatura. Os originais, na verdade, nada além de um rascunho das minhas notas pessoais sobre os tópicos tratados nas reuniões, fazem parte do acervo do Memorial da Grande Síntese.