2024-04-14

Primeiro Ser, depois Fazer e, só então, Dizer (08/08)

Ao regressar para se encontrar com o presidente, este o recebeu com cordialidade. Ele o convidou a sentar-se e agora ele pode notar a harmonia e a energia que se irradiava do ambiente. O presidente, então, dirigiu-se a ele querendo saber como estava sendo a sua experiência e o seu aprendizado sobre a gestão sintrópica. Este então manifestou a sua perplexidade com a simplicidade e eficácia do programa, mas disse também que ainda tinha duas dúvidas principais. Quis saber o porquê de um método, aparentemente tão simples, ser tão eficaz.  Ouviu em resposta que era próprio do programa de gestão sintrópica que este fosse nos concedendo as respostas a estas perguntas na exata medida do nosso progresso e aprimoramento, que não tem limites, uma vez que a aproximação às suas verdades se dá de forma assimptótica, segundo a máxima “entrarás no seio da luz, mas jamais tocarás a chama”. Poderia, portanto, apenas partilhar um pouco daquilo que ele mesmo já descobrira. Deixa o jovem à vontade para lhe perguntar o que desejar. E este, então, diz:

Levanta, Sacode a Poeira e Dá a Volta por Cima (07/08)

Na manhã seguinte o jovem seguiu para a sede da matriz, no centro da cidade, onde a gestora o aguardava. Logo no início do encontro teve a oportunidade de fazer a mesma pergunta que fizera aos demais:

“Além das reuniões habituais a senhora mantém contato com o seu superior?”

“Muito pouco”, respondeu. “Exceto, claro, quando faço algo que me faça perder, em parte, a conexão com a egrégora. E isso sempre se manifesta naquilo que realizamos, que deixa de ser feito como deveria."

A Disciplina Interior do Gestor Sintrópico (06/08)

Deixando o escritório daquele segundo gestor o jovem começou a pensar como a consciência sintrópica expressava os sentimentos intuitivos, os quais representavam, em suma, a capacidade que todos podemos desenvolver de perceber as verdades e as soluções para os problemas sob a nossa responsabilidade, antes mesmo que se apresentem as razões para tal. Ele começava a compreender que o nosso sentido interno de identidade individual e coletiva (antaḥkaraṇa) é composto pela nossa mente (manas), pela memória (citta), pelo ego (ahaṅkāra) e pelo sentimento intuitivo (śraddhā), originário do Espírito (Ātman), o gênio da lâmpada do coração, que nos anima a todos. Percebia como o programa  de gestão sintrópica fora concebido para nos tornar mais conscientes e em sintonia com a nossa essência profunda, que nos conecta com todo o universo. O jovem começava a se dar conta sobre como podemos nos tornar eficientes e eficazes, de modo que os gerentes e os seus subordinados desenvolvam esta consciência superior. No dia seguinte, dirigiu-se à sala do terceiro diretor da sua lista. Este era surpreendentemente idoso. Deveria ter, praticamente, o dobro da idade do diretor que visitara no dia anterior e era bem mais velho que o gestor sintrópico que lhe concedera o estágio. Logo ao início da conversa, perguntou ao diretor:

Aprendendo a Liberar o Gênio da Lâmpada: Estabelecendo os Saṃkalpas (05/08)

O jovem foi muito bem recebido pelo primeiro diretor com quem escolhera falar. Este logo lhe confidenciou que raramente conversava com o seu superior, pois já não havia essa necessidade. Fora as reuniões semanais, conversam apenas no início de algum novo projeto, ou quando vão definir alguma nova responsabilidade. É nesta ocasião que são renovados os saṃkalpas e estabelecidos outros, também de natureza sintrópica, em consonância com os novos projetos.

A Gestão Sintrópica (04/08)

Em seu primeiro dia de estágio, o jovem foi chamado à sala do gestor que lhe mostrou o conhecido yantra Haṃsa e disse:

“Conservo este quadro para me lembrar do mantra norteador da práxis sintrópica e fractal do nosso programa: Haṃsa, o mantra que cuida da nossa energia interior e administra o desenvolvimento desta energia em sinergia e sincronicidade com o grupo. Todos os dias este yantra me recorda que devo cuidar e zelar pela egrégora que compõe o nosso ambiente, para estar certo de que estamos oferecendo as condições adequadas, necessárias e suficientes, para todos se sentirem bem e produzirem os melhores resultados.”

O jovem então perguntou:

O Início (03/08)

Era uma vez um jovem executivo que buscava a excelência em tudo o que fazia. Queria tornar-se um guru do ambiente empresarial. A busca o fez interromper por muitos anos a sua carreira e a percorrer os lugares mais distantes e os seus principais centros de pesquisa. Conversou com inúmeros executivos com toda a espécie de formação e background e também com diversos sábios e eruditos de distintas áreas e tradições. Conheceu templos longínquos, na Índia, Tibete e outros países do oriente e também os espaços luxuosos das modernas corporações ocidentais. Começava, aos poucos, a compreender a essência única que se manifestava em todo aquele espectro de estilos de gestão de pessoas, recursos e produtos.

Apresentação do Opúsculo (02/08)

Um Programa de Gestão Sintrópica

E se você e/ou a sua organização focassem na gestão da energia humana, no lugar da gestão do tempo? A energia produtiva de uma pessoa depende da sua força vital e do seu humor.  E o humor influencia não apenas os nossos sentimentos, mas também o sentimento dos demais. Somos como uma bateria, que necessita de condições adequadas para se recarregar e mesmo para estender a sua vida útil. A qualidade da energia das pessoas físicas é a principal fonte de influência da energia das pessoas jurídicas, sendo a responsável pelo seu nascimento e desenvolvimento. Ela atua sobre o ambiente promovendo ou prejudicando o bom desempenho de todas as funções e atividades cotidianas, individuais ou coletivas. 

Opúsculo: um Programa de Gestão Sintrópica (01/08)

Prefácio

Quando deixei o ambiente corporativo, em meados de 1986, queria, basicamente, responder às seguintes perguntas: Como encontrar alternativas sintrópicas capazes de otimizar a qualidade do ambiente corporativo e da sua relação com o meio externo? Como viabilizar  a implementação de condições de trabalho capazes de atender as demandas institucionais? Como escapar do ciclo desenvolvimentista não sustentável, onde os funcionários e servidores, em geral, são treinados para se alienarem da natureza e se adequarem à ambientes inseguros, insalubres, sem perspectivas de realização pessoal? Nascia assim a minha motivação para encontrar uma práxis organizacional sintrópica, fundada no respeito à vida e aos seus ciclos naturais.

2024-04-05

Uma Interpretação Sintrópica da Bhagavad Gītā: Uma Ponte Entre Ciência e Espiritualidade

O conceito de sintropia (tendência em direção à ordem; o contrário da entropia), cunhado por Albert Szent-Györgyi em 1974, assume cada vez mais relevância na busca por pontes entre ciência e espiritualidade. Este ensaio propõe uma interpretação sintrópica da Bhagavad Gītā, revelando uma convergência entre a sabedoria milenar do texto indiano e a ciência moderna. Essa abordagem inovadora se torna possível ao considerarmos a quadriga presente na Bhagavad Gītā, onde se encontram Arjuna e Krishna, como uma representação da metáfora dos dois pássaros, descrita no Ṛg Veda. Essa compreensão permite estabelecer um eixo sintrópico capaz de abarcar a história, a arte e a ciência da meditação, e a gestão de processos, do meio ambiente e das pessoas.