2017-05-20

O Sonho Profético de Dom Bosco

Política Brasileira e o Sonho Profético de Dom Bosco
Dom Bosco (1815-1888)
Foi Monteiro Lobato quem primeiro deu ciência aos políticos brasileiros do sonho profético de Dom Bosco. Alguns anos depois, Alfredo Nasser, ministro da Justiça no governo João Goulart, mencionaria o sonho em seu artigo em defesa da mudança da capital do Brasil para Brasília, o que, como sabemos, de fato, aconteceu. E foi atendendo a uma petição assinada em 1961, pelo então Presidente da República, Janio Quadros, ex-aluno salesiano, que a Santa Sé declarou Dom Bosco Co-Patrono (padroeiro) de Brasília, ao lado de N. S. Aparecida. O sonho ocorreu em 1883, quando chega ao Brasil o primeiro grupo de salesianos. Contudo, a sua publicação deu-se somente em 1935 em “Memorie Biografiche” de Dom Bosco (E. CERIA, Memorie Biografiche di S. Giovanni Bosco, vol. 16, Societa Editrice Internazionale (Torino, 1935: pág. 385 a 394). Dom Bosco se vira percorrendo toda a América do Sul, de um extremo a outro, tendo como guia um jovem angelical que era a figura arquetípica de Mitradeva – o consolador e amigo divino que se manifesta em sonhos com a aparência de um jovem de dezesseis anos e cujo nascimento somente seria anunciado anos mais tarde, em 1919, pela organização esotérica Śuddha Dharma Maṇḍala. O jovem revela a Dom Bosco os planos de fazer florescer no coração do Brasil a terra prometida, o berço da civilização do terceiro milênio.

Plano Piloto de Brasília
Plano Piloto de Brasília
Dom Bosco (1815-1888) cria em 1859 a Sociedade de São Francisco de Sales – aos olhos do Estado, uma associação de cidadãos, mas, perante a Igreja, uma associação de religiosos. Aclamado pelo Papa João Paulo II como "Pai e Mestre da Juventude", Dom Bosco foi, acima de tudo, um educador dedicado à educação fundamental e ao ensino profissionalizante. Por isto é também o padroeiro dos jovens e dos aprendizes.

A vida de Dom Bosco é um exemplo vivo da Arte de Sonhar e da máxima de Goethe (1749-1832) de que “o talento educa-se na calma, o caráter no tumulto da vida.” A sua espiritualidade expressa-se em seus sonhos, orientando e amadurecendo o seu modo de vida que, nos aspectos temporal e espiritual, educa pelo exemplo. Funda-se na paciência, serenidade, compreensão e no cultivo em nós mesmos do sagrado coração de Cristo e do seu amor pela humanidade, a raiz da caridade do salesiano. Mesmo não sendo uma ordem contemplativa, o salesiano se vê contemplando a Deus no desempenho de sua missão de cuidar e zelar pelos jovens e a sua educação. Daí que não rejeitem o mundo, mas que busquem, em suas relações no mundo, a alegria divina que se irradia do serviço em prol dos jovens. A espiritualidade salesiana não é de clausura, pelo contrário, se alinha com a contemporânea definição de eco espiritualidade política, estruturada em torno da alegria, do respeito e da celebração do sagrado da vida.

Os primeiros Salesianos aportaram no Rio de Janeiro em 14 de julho de 1883, instalando-se em Niterói, onde inauguram o Colégio Salesiano Santa Rosa. Pouco depois, em 29 de agosto, Dom Bosco tem o sonho profético sobre Brasília – a capital de todos os brasileiros, formada por pessoas vindas de todos os cantos do país. Resultado do amálgama das distintas culturas de todas as regiões do país, Brasília estaria destinada a liderar, no devido tempo, o processo de gestação da Terra Prometida. Competia aos educadores salesianos, portanto, a nobre missão de cuidar da formação integral dos jovens, despertando-os para esta realidade de que construímos o mundo a partir de cada minúscula ação, onde sempre se esconde uma oportunidade de contemplação e comunhão com Deus. Em vez de rejeitar o mundo, em suma, haveria que se trabalhar para transformá-lo na Terra Prometida.

SUMÁRIO GERAL: A Arte e a Ciência da Meditação segundo a Bhagavad Gītā

Rio de Janeiro, 20 de maio de 2017.
(Atualizado em 25.12.19)

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