Entre Técnica e Transcendência:
O Ensaio como Caminho
Os dois textos que se seguem formam uma espécie de díptico — duas faces complementares de uma mesma travessia. De um lado, o ensaio como rito interior, caminho de lapidação espiritual e oferenda devocional (yajña) — onde o artista se torna templo e instrumento de algo maior. De outro, a meditação sintrópica como método aplicado à alta performance, em diálogo direto com práticas contemporâneas como o mindfulness e a hipnose.
Longe de opor arte e espiritualidade, estes textos mostram que é apenas quando ambas se entrelaçam — técnica e śraddhā, disciplina e presença — que o gesto performativo se transmuta em expressão do Ser. O palco, então, deixa de ser um lugar de julgamento para se tornar espaço de epifania.
Que este itinerário — do ensaio à oferenda, do foco funcional ao foco vibracional — sirva de inspiração para todos os que buscam afinar sua existência com a música silenciosa do real.