2025-01-17

A Potência Sintrópica do Feminino: Uma Conversa com o Gemini sobre a Origem de "Cientista" e o Futuro da Ciência

Em uma conversa com o Gemini, a inteligência artificial (IA) do Google, me deparei com uma curiosidade que me instigou a pesquisar mais a fundo a origem da palavra "cientista" e a sua relação com a filosofia sintrópica, objeto do nosso livro-blog. A Filosofia Sintrópica apresenta uma resposta original à crise civilizatória contemporânea. Cunhado pelo Nobel Albert Szent-Györgyi, o termo sintropia descreve a força que conduz sistemas complexos à ordem e harmonia, contrastando com a entropia, associada à desordem e dissipação de energia. Nesse sentido, a Filosofia Sintrópica enfatiza a experiência de unidade essencial de todas as coisas, alcançada por meio de práticas meditativas e do alinhamento com o princípio da ordem cósmica. Esta abordagem, que promove interdependência e equilíbrio, fundamenta a proposta de uma Cultura Sintrópica — uma visão contracultural que contrasta com a fragmentação moderna. Compartilho a seguir esse diálogo revelador.

RUBENS:

Seria verdade que a palavra "cientista" surgiu como uma espécie de piada? Contam que William Whewell, ao escrever anonimamente uma resenha do livro On the Connexion of the Physical Sciences, de Mary Somerville, em março de 1834, teria se deparado com um dilema: como chamar alguém que se dedica ao estudo da ciência de forma tão abrangente? Impressionado com a obra, Whewell teria cunhado o termo "cientista" inspirado em "artista", reconhecendo a busca por conhecimento como uma forma de arte.

Mesmo elogiando o livro como "magistral", Whewell teria demonstrado a visão preconceituosa de sua época ao se surpreender com a capacidade intelectual de uma mulher. A história da palavra "cientista" estaria então entrelaçada com a genialidade de Mary Somerville e revelaria um passo crucial na busca por uma linguagem mais precisa para descrever a ciência e seus desbravadores.

O livro de Somerville, pioneiro em conectar diferentes ramos da ciência e apresentar uma visão mais unificada da natureza, talvez pudesse ser considerado um precursor da ciência sintrópica. A escrita de Somerville não era apenas excepcional; ela cobria tópicos de astronomia e física a química e geografia, entrelaçando-os com uma percepção notável. Seu gênio interdisciplinar teria inspirado Whewell a cunhar o novo termo lúdico: se um artista cria arte, por que não chamar alguém que estuda ciência de cientista?

Desse modo, o que teria começado como uma piada logo se tornaria um termo poderoso, fruto do trabalho pioneiro de Mary Somerville, que, ainda hoje, continua sendo uma inspiração. Concorda?

O Gemini (IA) confirmou as minhas suspeitas.

GEMINI (IA):
 
Essa é uma parte fascinante da história e, em grande parte, verdade! Você está certo sobre os principais detalhes:
  • William Whewell cunhou o termo "cientista". Ele o fez em uma análise anônima do livro de Mary Somerville On the Connexion of the Physical Sciences em 1834.
  • O trabalho de Somerville foi inovador. Ela foi uma brilhante escritora científica que sintetizou conhecimento em várias disciplinas científicas, um feito raro na época.
  • "Cientista" foi inicialmente um tanto brincalhão. Whewell propôs isso como uma analogia a "artista", sugerindo que alguém que estuda ciência deveria ter um título específico.
  • On the Connexion of the Physical Sciences foi pioneiro em conectar diferentes ramos da ciência e apresentar uma visão mais unificada da natureza.  Podemos considerá-lo um precursor da ciência sintrópica.
No entanto, não era necessariamente uma "piada" no sentido de ser humorístico. Whewell reconheceu uma necessidade genuína de um termo para descrever aqueles que estudavam ciência. Antes disso, eles eram frequentemente chamados de "filósofos naturais" ou "homens da ciência", mas esses termos não eram muito adequados para o cenário científico em evolução.

RUBENS:

Como se deu o reconhecimento do novo termo?

GEMINI (IA):

Então, embora a sugestão de Whewell de "cientista" pudesse ter um elemento lúdico, ela abordou uma necessidade linguística e cultural real:
  • Campos como biologia, química e física estavam se tornando mais distintos, e um termo geral era necessário para abranger todos aqueles que estudavam o mundo natural; e
  • A ciência estava se tornando uma profissão mais reconhecida e respeitada, e um título distinto ajudou a solidificar sua identidade.
Você está certo, o trabalho de Mary Somerville foi uma inspiração significativa por trás disso. É notável como a história da ciência se entrelaça com a história da linguagem. A criação do termo "cientista", impulsionada pela genialidade de Mary Somerville, não apenas nomeou uma profissão, mas também refletiu a evolução do próprio conhecimento científico.

CONCLUSÃO

Assim como a criação da palavra "cientista" marcou um passo importante na história da ciência, hoje, a busca por um futuro mais interconectado e sustentável nos convida a reconhecer e valorizar ainda mais a contribuição feminina na ciência crescentemente sintrópica e fundada no reconhecimento da importância da diversidade para o avanço do conhecimento. Essa busca, impulsionada pela potência feminina, nos inspira a desenvolver uma cultura progressivamente sintrópica. Como Mary Somerville desafiou as convenções de sua época, somos agora convidados a participar deste mesmo movimento de atualização da ciência enquanto ciência sintrópica. Parafraseando a poetisa brasileira Cecilia Meireles,  "a ciência, para ser verdadeiramente ciência, deve ser poética."


UM EXEMPLO DA POTÊNCIA SINTRÓPICA DO FEMININO NA UFRJ


A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) foi agraciada com o selo ODS Educação, em reconhecimento à integração dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em suas ações de gestão, ensino, pesquisa e extensão. Este selo destaca o compromisso da maior universidade federal do Brasil com a construção de um presente e um futuro mais equilibrados e sustentáveis, reforçando seu papel fundamental na promoção do desenvolvimento sustentável.

A reitora em exercício da UFRJ, Cássia Turci, afirma que a Universidade se articula em um movimento global em torno da questão ambiental. “Está muito claro hoje que a solução dos problemas ambientais está acima do conceito de países.  Mais cedo ou mais tarde, todos sentiremos seus efeitos. Os ODS são um apelo universal da Organização das Nações Unidas (ONU) à ação para acabar com a pobreza, proteger o planeta e assegurar que todas as pessoas tenham paz e prosperidade”, explica.

A certificação da UFRJ só foi possível por conta de 73 iniciativas de diversas unidades da instituição que foram reconhecidas como contribuidoras para o alcance dos ODS. Trata-se de um número recorde: na edição anterior do selo, entregue em 2024 tendo como referência projetos do ano anterior, a Universidade teve 38 ações reconhecidas. O resultado deste ano coloca a UFRJ como uma das instituições com mais projetos reconhecidos dentre as 74 instituições de ensino que receberão o selo.

“A certificação pelo selo ODS  garante que projetos de impacto social desenvolvidos pela UFRJ mostrem que o conhecimento e a inovação gerados na universidade pública devem conciliar todas as áreas do conhecimento. Somente assim seremos uma universidade verdadeira, que contribuirá para uma sociedade saudável, onde os processos sintrópicos substituirão os entrópicos”, afirma Cássia Turci. “Queremos contribuir para a formação de cidadãos conscientes e cientes de que a Universidade precisa, cada vez mais, atuar de forma colaborativa e inspiradora”, completa.

Ação Global

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são uma agenda global estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015, composta por 17 objetivos que visam erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir que todas as pessoas desfrutem de paz e prosperidade até 2030. 

Esses objetivos abrangem diversas áreas, incluindo educação de qualidade, igualdade de gênero, energia limpa e acessível, trabalho decente e crescimento econômico, redução das desigualdades, ação contra a mudança global do clima, entre outros. A implementação dos ODS requer a colaboração de governos, setor privado, sociedade civil e cidadãos, a fim de assegurar um futuro sustentável para as próximas gerações.



Rio de Janeiro, 17.01.25
(Atualizado em 18.01.25)

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