2020-12-24

A passagem de Francisco Barreto e o nascimento da Universidade do Coração

Surya Yogi Dasa (1950 - 2020)
Este artigo introduz e contextualiza a playlist do canal do YouTube "Práxis Sintrópica / Śuddha Yoga", criada em 22 de julho de 2020, para desenvolver a hagiografia do santo e iogue Francisco Barreto (25.11.1950 – 13.11.2020), instrutor espiritual do Śuddha Dharma Mandalam, conhecido como Ir. Surya Yogi Dasa (veja aqui). A motivação para este estudo surgiu da sua orientação para que eu zelasse pelo seu memorial. O último vídeo da série de 2020 (Veja aqui) esclarece como estas discussões estão estabelecendo a hagiografia de Francisco, ou como se diz na literatura sagrada do sânscrito, a sua “charita”, ou Sūrya-charita.

2020-11-22

A Fenomenologia da Consciência do Śuddha Yoga: (V) A meditação e a busca da verdade

O sábio vê em 3D o que o mundo percebe
de forma plana e polarizada.

Este texto é o quinto da serie de pequenos artigos adaptados do capítulo "A Fenomenologia da Consciência do Śuddha Yoga: ciência, espiritualidade, meditação e o surgimento de um novo paradigma", de minha autoria, que encerra o livro O Estudo da Consciência – Inovação Pessoal e Redes Sociais (Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna, 2020).

Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta. (Jung)

Podemos explicar a arte e a ciência da meditação reveladas na Bhagavad Gītā tomando como ponto de partida a reflexão sobre o significado do praṇava[1] AUM no texto. O praṇava simboliza o modo conforme o universo (saṃsāra) se origina e permanece em Brahman. Esta verdade intuitiva (pratyakṣa) surge na mente (citta) quando controlamos e harmonizamos (nirodha) a sua atividade (vṛtti) por meio da prática de meditação. O iogue, de mente disciplinada, age no mundo harmonizando as posições contrárias (tese ou sañkalpa e antítese ou vikalpa) e estabelecendo novas sínteses (anukalpa). Ele compreende o simbolismo dialético do praṇava, onde se oculta a ciência do mundo e do Ser. Em sua busca da verdade ele se aproxima da resposta de três questões fundamentais da teoria do conhecimento: (1) o que é o Ser?; (2) como se pode alcançar o conhecimento verdadeiro sobre o Ser?; e (3) como ter certeza sobre a verdade de qualquer afirmação relativa ao Ser? Na Bhagavad Gītā, esse processo está associado à meditação. Meditar, nesse contexto, significa contemplar como o mundo se origina do Ser, como o contém e como está contido nele. Este é o simbolismo associado praṇava AUM.

2020-10-31

A Fenomenologia da Consciência do Śuddha Yoga: (IV) Śraddhā

Este texto é o quarto da serie de pequenos artigos adaptados do capítulo "A Fenomenologia da Consciência do Śuddha Yoga: ciência, espiritualidade, meditação e o surgimento de um novo paradigma", de minha autoria, que encerra o livro O Estudo da Consciência – Inovação Pessoal e Redes Sociais (Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna, 2020).

A experiência fenomenológica de Arjuna é ainda algo muito pouco explorado. Esta experiência retrata como o desenvolvimento de śraddhā corrige e atualiza o seu entendimento védico da realidade, conduzindo-o ao encontro consigo mesmo, no coração. Em função do caráter mais sectário e dogmático da literatura devocional dos Purāṇas e do próprio hinduísmo, o conceito designado por śraddhā sempre teve a sua importância ofuscada por bhakti (devoção, fé). Nesses textos a importância da ação costuma ser desprezada e bhakti aparece como o principal veículo para a salvação. Estabeleceu-se, desta forma, a leitura ainda corrente da Bhagavad Gītā que insiste em desconsiderar a real função teológica de śraddhā no texto. Daí a opção frequente de se privilegiar bhakti e traduzir śraddhā como “fé”, tal como ainda se vê em muitas traduções[1]. É śraddhā que explica a mudança de estado de ânimo de Arjuna e a sua consequente decisão de acolher o conselho de Krishna. No contexto da Bhagavad Gītā, portanto, śraddhā é mais importante e central que bhakti, porque se apresenta como condição suficiente para resolver o dilema de Arjuna (TURCI, 2007a).

2020-10-23

A Fenomenologia da Consciência do Śuddha Yoga: (III) A Teoria de Verdade

Este texto é o terceiro da serie de pequenos artigos adaptados do capítulo "A Fenomenologia da Consciência do Śuddha Yoga: ciência, espiritualidade, meditação e o surgimento de um novo paradigma", de minha autoria, que encerra o livro O Estudo da Consciência – Inovação Pessoal e Redes Sociais (Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna, 2020). 

A epistemologia de que se vale Krishna na Bhagavad Gītā deriva da milenar filosofia do sāṃkhya, segundo a qual a matéria possui três qualidades básicas, denominadas, respectivamente, sattva (harmonia e equilíbrio), rajas (movimento e paixão) e tamas (inércia e indolência). De acordo com o sāṃkhya, em cada situação da vida de um indivíduo, dependendo do estímulo interno do espírito, predomina uma dessas três qualidades. Por isto, os indivíduos também podem ser classificados, em conformidade com as suas inclinações, como sáttvicos, rajásicos e tamásicos. Os três guṇas são os responsáveis pela produção de todos os pares de opostos da realidade fenomênica deste mundo dual: afeto e aversão; prazer e dor; amizade e inimizade etc. Estas três qualidades (triguṇas) da realidade material não existem isoladamente, em forma pura, mas sempre conjuntamente, com uma predominando sobre as outras duas e compondo todo o espectro, tanto da realidade subjetiva, como objetiva. Em termos simples, o predomínio de sattva denota o estado harmonioso e equilibrado entre matéria e espírito, característico do funcionamento ātma-para (espiritualista), discutido na seção anterior. O predomínio de rajas ou de tamas caracteriza o funcionamento guṇa-para (materialista). O guṇa sattva é indicativo da presença e predominância do princípio inteligente e espiritual, tanto quanto os guṇas tamas e rajas o são da influência e predominância do princípio material e do consequente estado de sujeição do espírito à matéria. Sattva representa a harmonia; rajas, o estado dinâmico e explosivo, típico daquilo que é colorido pela paixão; e tamas, o estado obscuro, pesado e inerte, característico do que é opaco e sem luz. Deste modo, a śraddhā tamásica pode traduzir-se, por exemplo, nos fenômenos do fundamentalismo religioso; a śraddhā rajásica, naqueles outros ocasionados pela fé apaixonada e em descompasso com a razão; e a śraddhā sáttvica, que é o objeto central da Bhagavad Gītā, pela sintonia com as intuições superiores do espírito e confiança na certeza científica.

2020-10-17

A Fenomenologia da Consciência do Śuddha Yoga: (II) A Natureza da Meta

A Bhagavad Gītā como a Expressão Paradigmática da Metáfora Fundamental sobre a Arte e a Ciência da Meditação
Sanjaya narra o diálogo da Bhagavad Gītā
para o rei cego Dhritarashtra.

Este texto é o segundo da serie de pequenos artigos adaptados do capítulo "A Fenomenologia da Consciência do Śuddha Yoga: ciência, espiritualidade, meditação e o surgimento de um novo paradigma", de minha autoria, que encerra o livro O Estudo da Consciência – Inovação Pessoal e Redes Sociais (Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna, 2020), objeto do texto anterior (ver aqui).

Parte essencial da narrativa maior do épico Mahābhārata (aproximadamente 100.000 versos), os setecentos versos da Bhagavad Gītā constituem, muito provavelmente, a primeira reportagem de guerra em tempo real de que se tem notícia (TURCI, 2007b). O episódio da Bhagavad Gītā representa a reportagem feita ao rei cego Dhṛtarāshtra em seu palácio sobre os fatos que estão se passando no campo de batalha, instantes antes do seu início. A importância da Bhagavad Gītā deve-se ao fato dela registrar o diálogo que restabelece os fundamentos perdidos da ancestral arte e ciência da meditação, conforme praticada pelos antigos sábios da tradição védica (Ṛṣis). 

2020-06-06

A Meditação Sintrópica e o seu Mantra

O Dhyāna Mantra

Durgā, expressão da energia divina, a Śakti.
Durgā, expressão da Śakti.
No Mahābhārata1, no momento em que antecede o episódio da Bhagavad Gītā, Arjuna faz a invocação à Yogeśvarī em seu aspecto de Durgā, que simboliza a energia divina e sintrópica, a Brahma Śakti, cuja correspondente, no ser humano, é śraddhā. Após a invocação, a Bhagavad Gītā tem início e Krishna revela a Arjuna o ancestral Śuddha Yoga, superior a todos os demais, chamados de yoga-garbhatva, ou seja, yogas preliminares, em fase de gestação. O yoga da Bhagavad Gītā é para aqueles capazes de apreciar e usufruir da genuína liberdade (svatantra), em função de já terem se emancipado das paixões inferiores e do egoísmo. Contudo, a maioria dos estudiosos ainda prefere ignorar esse sentido do Śuddha Yoga e do svatantra que o caracteriza. Os aspirantes das classes embrionárias de yoga somente se sentem seguros sob a orientação rígida (paratantra) e condução de um instrutor, que lhes indica um código de etiqueta com orientações rigorosas sobre como se conduzir em todas as circunstâncias da vida cotidiana. Deste modo, eles não se dão conta de que a meditação, sintetizada no Dhyāna Mantra2 "Haṃsa", expressa a essência do Śuddha Yoga, descrito na Bhagavad Gītā, e que engloba (1) o Mātṛkā Yoga, ou a arte de estabelecer correspondências entre os sons e o corpo cósmico, (2) o Kuṇḍalinī Yoga, sintetizado no śuddha prāṇāyāma, e (3) o Ātman Yoga, que nos revela como a Consciência Universal se faz presente no coração de todos os seres.

Um pouco sobre a arte de despertar para o coração

Este artigo relaciona a experiência que vivi em sonho em trinta e um de janeiro de 2018, com aquela vivida pelo irmão Francisco, Sūrya Yogi Dāsa1, em novembro de 2019 e comunicada aos membros do Śuddha Sabhā Ātma e da Grande Síntese no início de dezembro.

Irmão Sūrya fora instruído a orientar os membros da instituição para reservarem o dia vinte e cinco de cada mês como o Dia de Ação de Graças, destinado à reflexão sobre a espiritualidade universalista e laica do Śuddha Yoga, estabelecido na Bhagavad Gītā. Esta pode ser traduzida como a arte e a ciência do estabelecimento da sintonia fina com as diversas frequências das ondas de amor do Espírito Universal (Ātman), transmitidas a partir da “rádio cósmica” presente em nosso próprio coração. Na “rádio do coração” estão todas as faixas de frequência, desde os reinos das paixões inferiores, de base material, até os mais elevados estados de comunhão e unidade com a fonte da vida. Simbolicamente, o coração é tanto a sede da consciência egóica e material (Ahamkāra), com toda a carga genética das paixões inferiores, como da consciência universal e pura (Ātman), origem da vida e dos sentimentos intuitivos superiores.

2020-05-08

A epistemologia e a teoria da verdade da Bhagavad Gītā

Tudo flui dos infinitos modos de ser (bhāva) por necessidade (ṛta)

O que vem primeiro, o sentimento (bhāva; bhāvanā; anubhūti) ou o pensamento (cintā; cittavṛtti)? A Bhagavad Gītā assume que o sentimento tem precedência sobre o pensamento. Os sentimentos de Arjuna são utilizados para representar a fenomenologia da consciência. O sentimento de impotência e incerteza, típico daqueles que se encontram desconectados da sua śraddhā (bússola interior), qualifica o seu emotivo estado de paralisia inicial. E o sentimento sintrópico de potência, convicção e certeza (śraddhā), posteriormente manifestado sob a forma de alegria espiritual e amor universal, o faz superar a sua condição inicial. "Sentir" (verbos “aṇūbhū” e “bhū”) denota a experiência de ser, significa “experimentar ser”, ou “vir-a-ser”. Os sentimentos expressam necessidades imediatas dos seres e a memória dos mesmos é conhecida como “rasa”. Quando o sentimento é o amor, diz-se que o resultado de rasa é a paz (śānti).

2020-05-01

Uma Tese de Filosofia sobre Śraddhā na Bhagavad Gītā

17.04.07. Foto com os colegas, logo após a defesa de tese.

"Śraddhā in the Bhagavad Gītā":
uma tese de doutorado em filosofia

O longo processo de revalidação pelo Departamento de Filosofia do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) da tese "Śraddhā in the Bhagavad Gītā" (2007), desenvolvida no Instituto de Ciências Sociais da McMaster University, inicialmente sob a orientação da Dra. Phyllis Granoff (2001-4) e após a sua transferência para a Yale University, do Professor Emérito, Dr. Paul Younger (2004-7), envolveu o reconhecimento explícito (ver parecer) da existência de um pensamento verdadeiramente filosófico na Índia antiga. Isto pode, à primeira vista, parecer irrelevante, mas de qualquer forma, cabe salientar que se tratava da primeira tese doutorado, e até onde sei a única, sobre a Bhagavad Gītā, a ser reconhecida e aprovada no âmbito da filosofia ocidental. Isto posto, antes de passar à explicação das razões que me levaram a escolher um departamento de filosofia para revalidar o meu diploma no Brasil, necessito destacar que durante o período de mudança de orientador, contei com a ajuda inestimável do membro do meu comitê de tese, Dr. Graeme MacQueen, sem o qual a realização deste trabalho não teria sido possível. Além destes três orientadores, agradeço também ao Dr. Peter Widdicombe, membro da banca e do meu comitê de tese, ao Dr. Peter Travis Kroecker, chefe de departamento, e ao examinador externo, Dr. James Pankratz, pela leitura cuidadosa do texto. Em 2009 este texto foi reconhecido como uma tese de doutorado em filosofia, conforme o parecer da Comissão Especial de Revalidação de Certificados e Diplomas de Pós-Graduação do Departamento de Filosofia da UFRJ, constituída pelos professores Dr. Fernando José de Santoro Moreira, Dr. Franklin Trein e Dr. Gilvan Luiz Fogel. Após quase dois anos de luta justificando o meu pedido (veja aqui), considero uma vitória e um marco inédito para a área de estudos orientais ter a tese reconhecida como um tratado filosófico.

2020-04-11

045. Cozinhando com o Coração

045. Cozinhando com o Coração
RECEITAS DA SEMANA: Bobó de grão de bico; Chicória refogada; Patê de cenoura e castanha de caju;  Bolo de banana com aveia; e Água de alecrim.


1. Bobó de grão de bico (vegano)

Rendimento: 5 porções

Ingredientes:
200g de grão de bico
150g de aipim
1 colher (sopa) de azeite de oliva
2 dentes de alho
1 cebola
4 folhas de alho-poró picadas
½ xícara (chá) de molho de tomate
1 colher (chá) de sal
manjerona a gosto
pimenta do reino a gosto (opcional)
200 mL de leite de coco

2020-04-05

A Meditação Sintrópica (Prática Individual)

Universidade do Coração: Yantra da Ordem de Mitrabrinda
Introduzimos a seguir a prática individual de meditação sintrópica do Śuddha Yoga1. O ideal é que ela seja realizada diariamente, antes do nascer do sol, em um local adequado, limpo e especialmente decorado para esta finalidade. O tempo total de duração é de, aproximadamente, 50 min, variando um pouco, de acordo com a disponibilidade e necessidade de cada um. A meditação em si costuma ser precedida por uma pequena prática preparatória, de prāṇāyāma (5 min) e/ou entoação de mantras e preces (15 min), e sucedida por uma saudação final (1 min), conforme exemplificado mais abaixo.

2020-03-07

Śraddhā: o néctar da conduta sintrópica

Cartão postal de Francisco Barreto, encarnação de śraddhā:
Existem mundos maravilhosos e fascinantes, mas existe um mundo
infinitamente mais misterioso e atraente: o céu que está dentro de nós.
(Enviado seis meses após minha visita ao Ashram Atma - 02.07.79)
Como vimos anteriormente, cada um dos seguintes cinco estágios de Brahma-sāmīpya, o quíntuplo poder de convergência sintrópica, descritos no Śuddha Yoga, decorre de śraddhā, verdadeira bússola do processo natural de meditação:

1. Saṃkalpa (Decisão, Resolução), a firme resolução da faculdade da vontade de não se afastar da meta suprema, está associado à capacidade de projetar o comportamento futuro segundo a luz do sentimento sintrópico que se origina do coração. Saṃkalpa significa motivação e força de vontade para desenvolver a energia interior e alinhá-la, de forma definitiva (Ananta he!) com a escuta interior. Representa a firme resolução de vigiar os mais inocentes pensamentos, não permitindo que a mente se afaste do coração durante o cumprimento da nossa rotina;
 
2. Ṛṣi-nyāsa: Certificar-se de estar revestido pela Vontade Cósmica e Suprema (Brahma-śakti) no indivíduo, a marca característica da internalização da divindade e da expressão de śraddhā. Representa a capacidade de fazer de toda atividade uma Invocação de unificação, no coração, com a energia sintrópica do Ser Supremo (Brahma-śakti), que se manifesta nos seres humanos como śraddhā. Esta energia aparece personificada no Ṛgveda como a deidade Śraddhā, que, no  épico Mahābhārata, é invocada em seu aspecto de Durgā (Invencível) por Arjuna, em conformidade com a orientação de Krishna. Como consequência e expressão de Ṛṣi-nyāsa nasce, então, o próprio diálogo da Bhagavad Gītā;

3. Viniyoga: Significa não se afastar do sentimento de Bhāvana. Todo o imprevisto deve ser visto apenas como uma oportunidade para se intensificar a disciplina de aproximação à unidade (Bhāvana Namaḥ), desenvolvendo e adaptando métodos específicos para enfrentar cada desafio que nos convide a dar um novo primeiro passo no sentido da convergência para a meta. Viniyoga representa a iniciativa e a iniciação que nos revelam o caminho sintrópico e nos capacitam a recomeçar de onde se está e a avançar, simplesmente empregando primeiro minuto no sentido da convergência para a meta. O Yoga Sūtra afirma que a prática de saṃ-yama (conjunção de dhāraṇā [concentração e foco], dhyāna [meditação] e samādhi [êxtase]) favorece o desenvolvimento destas intuições relativas à formulação de viniyoga (Yoga Sūtra 3.6: "tasya bhūmiṣu viniyogaḥ" – o processo prático [viniyoga] para isto [tasya] ocorre gradualmente [bhūmiṣu]);

4. Satya Tyāga: Certificar-se de estar em sintonia com a Vontade Cósmica (Bhāvana Namaḥ), renunciando (samnyāsa) de imediato e de forma impessoal a toda e qualquer circunstância inibidora da consagração (tyāga) de si mesmo ao Supremo. Krishna explica a Arjuna na Bhagavad Gītā que tyāga pressupõe a renúncia (samnyāsa) à tudo que impeça o foco na consagração de si mesmo à Vontade Suprema, manifesta no coração, no instante presente. Representa a dedicação, de forma impessoal, de todas as ações à divindade, de forma que cada novo passo esteja sempre vinculado e em consonância com o processo gradual de construção e reforma íntimaE por fim;

5. Upasthāna: O agradecimento pelo sentimento interior (bhāvana) de sintonia e unidade com o sagrado (dhyāna). Quando nos lembramos de dar graças por tudo retomamos o nosso foco e ganhamos uma nova oportunidade de nos aproximar da práxis sintrópica e de quitar os  três tipos de dívidas espirituais que todos herdamos: débito com a esfera das deidades que zelam pela nossa própria identidade espiritual; débito com os sacerdotes, gurus, sábios e santos que nos deixaram como herança o conhecimento espiritual; e débito com os nossos ancestrais, que possibilitaram o nosso nascimento neste mundo. Traz implícita a prece aos nobres seres do plano divino para que nos perdoem, caso haja, em nosso esforço diário para agir com śraddhā, algo de impuro, impróprio, inadequado, ou que seja excessivo. 

2020-03-04

A Fenomenologia da Consciência do Śuddha Yoga (I)

A Arte e a Ciência da Meditação segundo a Bhagavad Gītā
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O lançamento do livro O Estudo da Consciência – Inovação Pessoal e Redes Sociais (Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna, 2020), organizado pelos professores Antonio Carlos de Azevedo Ritto e Marinilza Bruno de Carvalho, aconteceu na manhã do dia 11 de fevereiro de 2020, no auditório da Diretoria de Administração Financeira (DAF) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), durante a realização da quarta tertúlia do Projeto Estudos da Consciência: INOVAÇÃO PESSOAL E REDES SOCIAIS. Merece destaque o fato de que, embora a temática do livro e do próprio evento fizesse parte da área de ciência e tecnologia, os organizadores acolheram contribuições de natureza mais metafísica e espiritualista, que visavam harmonizar e compatibilizar ciência e espiritualidade. Durante o evento, integrei a mesa "Uma nova consciência em tempos de vida intensa nas redes" e tive a oportunidade de esclarecer como o capítulo "A Fenomenologia da Consciência do Śuddha Yoga: ciência, espiritualidade, meditação e o surgimento de um novo paradigma" de minha autoria, que encerra o livro, se insere nesse contexto. A minha fala procurou introduzir os colegas ao conteúdo desse capítulo e sobre o desenvolvimento de um  núcleo transdisciplinar de estudos avançados em ciência da meditação e espiritualidade, a partir da Bhagavad Gītā. Daí o título que escolhera para o capítulo de encerramento do livro, que adaptei e passo a compartilhar nas seções seguintes deste compêndio.

2020-02-28

044. Cozinhando com o Coração

044. Cozinhando com o Coração
RECEITAS DA SEMANA: Sopa de abobrinha italiana e manjericão; Torta de cebola; Salada de escarola, nozes e gorgonzola; Pasta de berinjela; e Doce de abacaxi.


1. Sopa de abobrinha e manjericão (vegana)

Rendimento: 8 porções

Ingredientes:
2 cebolas médias
1 kg de abobrinhas
3 colheres (sopa) de azeite
1 pouco de manjericão fresco
Cebolinha verde
Sal

2020-01-31

043. Cozinhando com o Coração

Risoto de gorgonzola
RECEITAS DA SEMANA: Risoto de gorgonzola; Salada de brócolis, cebola e tomate; Homus de cenoura; Brigadeiro de grão de bico; e Limonada suíça com leite condensado.

1. Risoto de gorgonzola

Rendimento: 6 porções

Ingredientes:
2 xícaras (chá) de arroz arbóreo
100 g de gorgonzola
1 colher de manteiga ou creme vegetal
5 a 6 xícaras (chá) de caldo de legumes
1 cebola picada
1 dente de alho picadinho
6 colheres (sopa) de azeite
Sal a gosto

2020-01-12

042. Cozinhando com o Coração

Cozinhando com o Coração
RECEITAS DA SEMANA: Torta de palmito; Salada refrescante com manjericão; Patê de pimentão vermelho; Doce de maçã; e Lassi.

1. Torta de palmito (vegana)

Rendimento: 12 pedaços

Ingredientes:

Massa:
4 xícaras (chá) de farinha de trigo
¾  xícara (chá) de farelo de trigo fino
¾  xícara (chá) de azeite de oliva ou óleo vegetal
2 colheres (chá) de sal
1 colher (sopa) de fermento em pó
água