2022-04-28

Razão e Sentimento (II): vegetarianismo, Milo e D. Celina

Milo e eu  no Canindé (02.04.17)

Para descrever o meu reencontro com o Milo e o Canindé da D. Celina em 02.04.17, um domingo, vou reproduzir, de forma adaptada, partes do capítulo 3 (intitulado “Felicidade”) do livro Síndrome do Pânico: Aprendendo com a pedagogia da dor (Ed. Litteris: 1998). Vejo agora como os anos tornam mais verdadeiras as palavras que escrevera e que procuram nos resgatar da perda do paraíso infantil, caracterizado pelo encantamento e autêntico espírito de amizade:

Então, buscando outra vez a conexão perdida, mergulho até a infância, dezembro de 1965.

2022-04-06

Síntese do Śuddha Yoga da Bhagavad Gītā

Se a narrativa maior do Mahābhārata, que contém o diálogo da Bhagavad Gītā, apreende o universo concreto, simbolizado no campo de batalha dos descendentes de Kuru (kuru-kṣetra), a Bhagavad Gītā, logo em seu verso de abertura, introduz esse campo como o próprio cenário onde se oculta sagrado (dharma-kṣetra), ou seja, a consciência universal, que se faz presente no coração de cada indivíduo. Krishna trata da relação dialética deste “universo interior” (dharma-kṣetra) com o “universo exterior” (Kuru-kṣetra). O Śuddha Yoga revelado por ele a Arjuna harmoniza e unifica a relação dialética entre a realidade espiritual (Dharma-kṣetra) e material (Kuru-kṣetra) por meio do śuddha prāṇāyāma Haṃsa, descrito no quarto capítulo e que orienta a a práxis sintrópica  (kriya) do śuddha yogi em conformidade com os movimentos de interiorização (prāṇa; inspiração) e exteriorização (apāna; expiração) do fluxo do alento vital. Na exata medida em que tomamos consciência deste processo de unificação simbolizado no śuddha prāṇāyāma, vamos nos aproximando da Consciência Suprema.

I. Svatantra Mantra,  Dhyāna Mantra & Gītā Mantra

No silêncio de cada dia que amanhece, concentrados no Ājñā Chakra, o ponto de encontro de Iḍā e Piṅgala, onde termina a dualidade, devemos meditar no Ser Imutável (Ātman), e na sua energia sintrópica (Brahma-Śākti), personificada como a deidade Śraddhā, símbolo do fogo do coração e do poder do amor em ação. Por meio de śraddhā, a energia divina em nós, forjamos uma vontade altruísta, capaz de nos conduzir à verdade e à vitória sobre as nossas paixões inferiores.