
Śraddhā quaerens intellectum — o coração do Ser pensa com amor; a mente traduz. Śraddhā Yoga é a arte e a ciência da meditação (Heartfulness) revelada na Bhagavad Gītā. Śraddhā não é fé cega, mas convicção sintrópica: conexão viva com a verdade do coração. Caminho para alinhar corpo, mente e alma à vibração do Ser. Meditar é escutar o Ser que respira amorosamente em nós. Explore o SUMÁRIO abaixo.
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2019-01-14
Movimentos de Convergência: (6) a contracultura e os estados alterados de consciência

2019-01-01
Movimentos de Convergência: (3) Heidegger

Luiz Carlos Maciel estudou filosofia, segundo ele próprio afirma (veja aqui), pelo livro Introducción a la Filosofía, de Manuel García Morente. O texto apresenta um panorama bastante acessível da filosofia ocidental. Morente parte da dualidade fundamental de sujeito e objeto, e sustenta que no início da história da filosofia a ênfase era no objeto, ou seja, na realidade – aquilo que está fora de mim, tudo que não sou eu.
Segundo Morente, a primeira grande revolução filosófica acontece com a filosofia moderna (Descartes, Leibniz, Spinoza), que desloca a ênfase do objeto para o sujeito. Daí decorre a famosa frase de Descartes “Penso, logo existo” (Cogito, ergo sum). Descartes coloca o pensamento subjetivo antes da existência, que é objetiva. É o pensamento subjetivo que o autoriza a acreditar no objeto. Nasce daí a relação estabelecida aqui entre a certeza sensível, expressa no cogito cartesiano, e o conceito de śraddhā na Bhagavad Gītā. Esta tendência de valorização do sujeito ocorre também no empirismo inglês, o qual questiona, inclusive, a própria substancialidade do objeto. Em outras palavras, é a reunião das experiências sensoriais (pelo tato, olfato, paladar, audição e visão) que dão existência aos objetos fora de nós. Do mesmo modo, a filosofia do idealismo alemão (Kant, Fichte, Schelling e Hegel.) coloca o objeto como resultado de uma experiência, ou seja, de um testemunho do sujeito. Esta tendência aprofunda-se com Hegel e tem a sua culminância com Soren Kierkegaard, pensador dinamarquês que se atreveu a criticá-lo. Para marcar a importância e o sentido filosófico da vida Kierkegaard afirmou que Hegel seria como um homem muito rico que, ao construir uma mansão maravilhosa, teria optado por morar do lado de fora, na casa do zelador. Para Kierkegaard, Hegel construíra um edifício teórico espantoso, mas inútil, pois despreza a única coisa que interessa – a vida, a existência. Nasce assim o movimento da Filosofia Existencialista, que marcou profundamente a vida de Maciel.
2018-11-27
Movimentos de Convergência: (1) Maciel por ele mesmo

Tive a oportunidade de discutir com Maciel sobre as contradições de sua formação intelectual, muito influenciada pelos pais, que tinham visões de mundo bem diferentes: sua mãe era Católica Apostólica Romana; e o seu pai, ateu, materialista e simpatizante do Partido Comunista. Daí, inclusive, a razão da escolha do nome “Luiz Carlos”, em homenagem a Luiz Carlos Prestes (1898 – 1990). Foi por influência de sua mãe que Maciel estudou com os jesuítas no Colégio Anchieta, de Porto Alegre, recebendo educação religiosa. No Colégio, Maciel era muito instigado pelos padres para a importância de seguir a verdadeira fé, a religião católica. Ali aprendeu a filosofia tomista que fundamenta a Escolástica Medieval mas, tão logo se tornou adolescente, recebeu de presente do seu pai um exemplar do Manifesto Comunista de Marx e Engels. Isto levou Maciel a ler outras obras destes autores, o que fez com que ele fosse se colocando do lado do povo e se tornando, aos poucos, comunista à sua maneira. Foi de um polo ao outro muito rapidamente: da preocupação com a salvação individual após a morte, passou a experimentar o sentimento de injustiça social e o sofrimento da espécie humana, sujeito ao poder do capital, tal como denunciado pelos marxistas.
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