 |
“Há dois pássaros, dois bons amigos, que habitam a mesma árvore do Ser. Um se alimenta dos frutos desta árvore; o outro apenas observa em silêncio.” (Ṛigveda 1.164.20 e Muṇḍaka Upaniṣad 3.3.1) |
O discurso de Krishna na Bhagavad Gītā contém, desenvolvidas de forma assistemática e respeitando a psicologia e o estado de confusão e dúvida de Arjuna, a Arte e a Ciência da Meditação, simbolizadas na metáfora dos dois pássaros, descrita no Ṛigveda (1.164.20):
Dois pássaros com belas asas, companheiros inseparáveis, encontraram refúgio e abrigo na mesma árvore. Um deles se alimenta dos doces frutos da figueira; o outro, sem se alimentar, apenas observa...
As práticas de meditação desenvolvem-se a partir desta metáfora do "pássaro testemunha" (veja aqui um vídeo ilustrativo do vedanta). A árvore representa o nosso corpo, enquanto os dois pássaros, referem-se à nossa dupla natureza, material e espiritual: de um lado, temos a materialidade da mente emocional, racional e lógica, que constitui o nosso consciente, subconsciente e inconsciente (Jīva); de outro, a imaterialidade da consciência universal (Ātman) que anima o corpo, representada pelo coração espiritual. De um lado, inconstante, imperfeito e finito, o ser corpóreo (natureza humana) permanece em movimento, experimentando de todas as coisas. De outro lado, contudo, estático, perfeito e infinito, o Ser (nossa natureza sagrada; Espírito de Deus em nós) apenas observa e aguarda pelo reencontro – é a este processo dialógico de descoberta e unificação da alma (Jīva, o ser) com o Espírito (Ātman, o Ser) que se chama de meditação.