2020-03-04

A Fenomenologia da Consciência do Śuddha Yoga (I)

A Arte e a Ciência da Meditação segundo a Bhagavad Gītā
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O lançamento do livro O Estudo da Consciência – Inovação Pessoal e Redes Sociais (Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna, 2020), organizado pelos professores Antonio Carlos de Azevedo Ritto e Marinilza Bruno de Carvalho, aconteceu na manhã do dia 11 de fevereiro de 2020, no auditório da Diretoria de Administração Financeira (DAF) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), durante a realização da quarta tertúlia do Projeto Estudos da Consciência: INOVAÇÃO PESSOAL E REDES SOCIAIS. Merece destaque o fato de que, embora a temática do livro e do próprio evento fizesse parte da área de ciência e tecnologia, os organizadores acolheram contribuições de natureza mais metafísica e espiritualista, que visavam harmonizar e compatibilizar ciência e espiritualidade. Durante o evento, integrei a mesa "Uma nova consciência em tempos de vida intensa nas redes" e tive a oportunidade de esclarecer como o capítulo "A Fenomenologia da Consciência do Śuddha Yoga: ciência, espiritualidade, meditação e o surgimento de um novo paradigma" de minha autoria, que encerra o livro, se insere nesse contexto. A minha fala procurou introduzir os colegas ao conteúdo desse capítulo e sobre o desenvolvimento de um  núcleo transdisciplinar de estudos avançados em ciência da meditação e espiritualidade, a partir da Bhagavad Gītā. Daí o título que escolhera para o capítulo de encerramento do livro, que adaptei e passo a compartilhar nas seções seguintes deste compêndio.

O texto retoma e aprofunda a discussão sobre a fenomenologia da consciência que caracteriza o puro (śuddha) Yoga, revelado por Krishna à Arjuna na Bhagavad Gītā (2007a; 2007b; 2008a; 2008b; 2009a; 2009b; 2010; 2011 e 2015). O texto reflete sobre a teoria de verdade presente na Bhagavad Gītā e estabelece, de maneira livre, um paralelo entre a ciência moderna, fundada na objetividade do método científico, e a espiritualidade, enraizada na subjetividade da disciplina da mente e da práxis contemplativa. Inicialmente, o texto introduz a Bhagavad Gītā em seu contexto no Mahābhārata. Em seguida, discute a teoria de verdade que surge do diálogo da Bhagavad Gītā e como ela fundamenta o estabelecimento de um novo paradigma científico. Por fim, considera como este novo paradigma, que se funda na arte e na ciência da meditação, atende à natureza material e espiritual de todos os fenômenos e promove a reunificação da ciência e da espiritualidade.

11.02.20. Auditório da Diretoria de Administração Financeira (DAF)
da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)
Como um todo, o livro considera como as redes sociais estão mudando os relacionamentos. Discute como os conhecimentos técnicos e tecnológicos influenciam os aspectos emocionais e comportamentais, sobretudo na percepção das circunstâncias que emergem diante de cada pessoa. A premissa que perpassa todo o livro é a disposição para o diálogo em torno do fenômeno da consciência e sobre como ela pode nos fazer protagonistas de nossa própria existência. Por isto, busca o diálogo com conhecimentos e práticas milenares, possibilitando a abertura para as dimensões da espiritualidade e do sagrado.  O livro está estruturado nos seguintes capítulos:

1. Inovação Pessoal e Redes Sociais - A Emergência de uma Nova Pessoa
(Prof. Antonio Carlos de Azevedo Ritto)
2. A uberização da moeda - A nova proposta dos bancos centrais
(Prof. Alexandre Rojas)
3. A Lei Geral de Proteção de Dados - LGPD - Por que privacidade de dados pessoais?
(Prof. Fernando Kaczelnik)
4. Inteligência Artificial e Redes Sociais
(Profa. Karla Tereza Figueiredo Leite)
5. Uma Proposta de governança para Transformação de Projetos em Startups, Aceleração e Inserção na Sociedade
(Profa. Marinilza Bruno de Carvalho)
6. A Fenomenologia da Consciência do Śuddha Yoga: ciência, espiritualidade, meditação e o surgimento de um novo paradigma
(Prof. José Rubens Turci Júnior)

A proposta do livro, em suma, é refletir sobre os limites da razão tecnicista para lidar com as contradições do mundo moderno. Ciência e espiritualidade necessitam se reencontrar dentro de cada um de nós, pois já não é suficiente uma compreensão meramente racional da vida, da cultura e da tecnologia. Faz-se necessário agora cultivar a consciência e, consequentemente, a percepção do universo como uma obra de arte, uma espécie de poema cósmico, onde o solo, os rios, a água, o ar que respiramos e a própria tecnologia apareçam como partes de um todo sagrado e em perfeito equilíbrio.


Rio de Janeiro, 04.03.2020.
(Atualizado em 17.10.20)

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