2025-01-07

CMT014 - APRESENTAÇÃO

A disciplina "CMT014 – Oficina de Estudos: A Arte e a Ciência da Meditação" convida você a explorar a meditação como um caminho para acessar o núcleo da consciência e do Ser. A meditação é um estado de silêncio interior que nos permite acalmar os pensamentos, conectar com nossa respiração e vibrar na frequência do amor puro. Por meio dela, cultivamos a escuta interior (bhāvana) e nos nutrimos do sentimento sintrópico (śraddhā), fortalecendo nossa conexão com a lei universal (Ṛta) e percorrendo o trajeto do saṁsāra (realidade aparente) ao nirvāṇa (realidade sagrada).

Minha jornada com a meditação começou em 1974. Desde então, tenho me dedicado a entender e vivenciar a "bússola interior" que existe em todos os seres. Compreender as "grandes sentenças de unicidade" (mahāvākyas) é crucial neste processo, pois elas nos revelam a unidade entre a subjetividade consciente (ātman) e o Absoluto (Brahman). A escuta interior (bhāvana) serve como ponto de partida, levando-nos à contemplação (divyacakṣus) de Ṛta, o Princípio Sintrópico que rege o universo. O estado de meditação (dhyāna) é alcançado pelo cultivo dessa escuta e pela prática da ideação, contemplação e adequação (cintā) ao fluxo sintrópico do cosmos.

Máximas (mahāvākyas) como Sarvaṃ khalv-idaṃ brahma – "Tudo isto é o Ser" (Chāndogya Upaniṣad 3.14.1); Tat tvam asi – “Tu és o Ser" (Chāndogya Upaniṣad 6.8.7); Prajñānam Brahma – "A Consciência é Brahman" (Aitareya Upaniṣad 3.1.3) nos ensinam a cultivar a intuição de que tudo é, de fato, sagrado e essencial. Sob a ótica de Ṛta, cada evento tem um propósito e se encaixa na estrutura sagrada do universo. Aprender com as dificuldades e aceitar que cada evento tem seu propósito é desafiador, mas a meditação nos capacita a compreender que todos os processos são necessários.

Ṛta nos lembra que os elementos considerados inferiores também desempenham um papel crucial na evolução humana, revelando o caráter necessário da lei cósmica. As experiências da vida podem nos desafiar quando não percebemos que a Grande Lei sempre opera a nosso favor.

Esta disciplina é projetada para ser um mapa para navegar por seus pensamentos e emoções, convidando-o a empreender sua própria jornada espiritual em direção ao guia interior. A meditação nos conecta com essa bússola interna, manifestada como śraddhā — o sentimento sintrópico de convicção profunda, o fogo do coração e o poder de transformar amor em ação. Śraddhā nos alinha com a lei cósmica (Ṛta), aproximando-nos do Ser (Brahman). Na filosofia ocidental, śraddhā pode ser vista como a intersecção não-vazia entre fé (fides) e a certeza inabalável, simbolizada pelo cogito de Descartes. Este conhecimento surge não pela razão, mas pelo ardor do coração, descrito na Bhagavad Gītā como śraddhā.

Em nossa jornada através da meditação, encontramos mestres e ensinamentos que nos inspiram. O Senhor Buda, por exemplo, alcançou a iluminação através da prática de Vipassanā, que busca a purificação da mente pela atenção plena às sensações. Esta técnica, focada na observação da respiração e das sensações corporais, originou diversas escolas e práticas meditativas, incluindo o Zazen do Zen Budismo. Com sua ênfase na postura, respiração e atenção plena ao momento presente, o Zazen oferece um caminho complementar para aprofundar a experiência meditativa.

Assim como os convites do Senhor Buda e, na Bhagavad Gītā, de Krishna, esta disciplina o convida a imergir na arte e ciência da meditação, despertando o ardente fogo do coração e reconhecendo a presença de paz e amor em ação.

Rubens Turci
(Rio de Janeiro, 07.01.2025)

CMT014 - Oficina de Estudos: a Arte e a Ciência da Meditação

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