Este artigo discute a distinção entre os conceitos védicos designados pelos termos "saṃnyāsa" (renúncia) e "tyāga" (entrega), redefinidos por Krishna ao longo do episódio da Bhagavad Gītā. Krishna discute a natureza fractal e sintrópica da ação virtuosa, caridosa, amorosa e perfeitamente ética, que se vincula ao mistério da renúncia ao efêmero e entrega ao sagrado. Ele trata, em suma, da renúncia (saṃnyāsa1), como a condição sine qua non do despertar da consciência, e da entrega (tyāga), como a condição necessária para a ascese mística (Brahma-sāmīpya).
Uma reflexão canônica sobre a Arte e a Ciência da Meditação, inspirada na śraddhā da Bhagavad Gītā. Longe de ser mera fé, śraddhā é a confluência entre a fides e o cogito cartesiano, a experiência do fervor íntimo, da convicção profunda, e do poder de traduzir o amor em insight e ação, capaz de nos causar um arrepio profundo. Essa bússola interior, guiada pela confiança e prudência, ilumina a razão em direção à Verdade e ao Absoluto (Brahma-sāmīpya). Explore o SUMÁRIO abaixo.
2019-01-26
2019-01-21
Movimentos de Convergência: (8) Carlos Castaneda e Philip K. Dick

Alan Watts afirma que, para o ocidental, a verdade necessita ser formulada pelo pensamento e expressa pela linguagem, enquanto no oriente ela tem uma via completamente diferente: a verdade necessita ser experimentada. Não faz sentido para o oriental afirmar, “a verdade objetiva é que”. Seria o equivalente a se dizer: “a saúde objetiva é que”. Ora, a saúde é um estado do corpo, do mesmo modo que a verdade é um estado do espírito. Para Alan Watts, a verdade é para ser experimentada e não formulada pelo discurso, como pretendia o projeto de Heidegger.
2019-01-16
Movimentos de Convergência: (7 ) O Flower Power (Poder da Flor) como um movimento pacifista de vanguarda


Contracultura: de onde surgiu esta palavra? Segundo Luiz Carlos Maciel, este termo expressa uma invenção da mídia americana para designar os fenômenos culturais de vanguarda dos anos sessenta (veja aqui). A contracultura nunca se viu como contracultura, mas a mídia ansiava por um termo que sugerisse que aquelas manifestações culturais eram inimigas da cultura. Os artistas e as demais pessoas envolvidas na contracultura não se abalaram com isso e simplesmente adotaram o termo. A contracultura manifestou-se nos EUA como uma cultura que avançava para o futuro nos planos da política, do comportamento, da moral, da expressão artística, da filosofia e da religião. Inicia-se no plano da política pacifista de inspiração inglesa, com o movimento a favor do desarmamento nuclear e as grandes manifestações de Trafalgar Square, que contaram com a presença de Bertrand Russell.
2019-01-14
Movimentos de Convergência: (6) a contracultura e os estados alterados de consciência

2019-01-10
Espiritualidade e Tolerância Religiosa

2019-01-08
Movimentos de Convergência: (5) Norman O. Brown e a abertura para o mistério

2019-01-07
A Bhagavad Gītā e a Bhāṣyopetā de Haṃsa Yogi
Pretendo discutir neste artigo duas questões relacionadas com a tese "Śraddhā in the Bhagavad Gītā" (2007). A primeira refere-se às razões para não ter considerado diretamente no corpo da tese o texto da Bhagavad Gītā editado pela Śuddha Dharma Maṇḍalam1. A segunda questiona a relevância das discussões geradas em torno desta nova recensão da Bhagavad Gītā. Em linhas gerais, pode-se afirmar que a polêmica gerada por esta nova versão da Bhagavad Gītā constitui um "pseudo-problema", ocasionado pela publicação desse extrato do seu "comentário-guia" da Bhagavad Gītā, intitulado Śrī Bhagavadgītā Bhāṣyopetā, que apresenta, para efeitos de sua análise (Śuddha Sāṃkhya) e síntese (Śuddha Yoga), uma ordem de versos e capítulos distinta da usual.
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2019-01-05
Movimentos de Convergência: (4) a metafísica da contracultura

2019-01-02
038. Cozinhando com o Coração
RECEITAS DA SEMANA: Espaguete com alcaparra e tomate cereja; Brócolis ao pesto; Bagel; Banana assada; Suchá de hibisco, morango e hortelã.
1. Espaguete com alcaparra e tomate cereja (vegano)
Rendimento: 5 porções
Ingredientes:
500 g de espaguete, prefencialmente de massa fresca ou de semolina
2 cebolas, de preferência roxas, bem picadas
3 dentes de alho bem picados
250 g de tomate-cereja
suco de 1 limão siciliano
2 colheres (sopa) de alcaparra em conserva, escorrida, lavada e picada
6 colheres (sopa) de azeite
pimenta-do-reino moída na hora
sal a gosto
salsinha fresca para decorar
2019-01-01
Movimentos de Convergência: (3) Heidegger

Luiz Carlos Maciel estudou filosofia, segundo ele próprio afirma (veja aqui), pelo livro Introducción a la Filosofía, de Manuel García Morente. O texto apresenta um panorama bastante acessível da filosofia ocidental. Morente parte da dualidade fundamental de sujeito e objeto, e sustenta que no início da história da filosofia a ênfase era no objeto, ou seja, na realidade – aquilo que está fora de mim, tudo que não sou eu.
Segundo Morente, a primeira grande revolução filosófica acontece com a filosofia moderna (Descartes, Leibniz, Spinoza), que desloca a ênfase do objeto para o sujeito. Daí decorre a famosa frase de Descartes “Penso, logo existo” (Cogito, ergo sum). Descartes coloca o pensamento subjetivo antes da existência, que é objetiva. É o pensamento subjetivo que o autoriza a acreditar no objeto. Nasce daí a relação estabelecida aqui entre a certeza sensível, expressa no cogito cartesiano, e o conceito de śraddhā na Bhagavad Gītā. Esta tendência de valorização do sujeito ocorre também no empirismo inglês, o qual questiona, inclusive, a própria substancialidade do objeto. Em outras palavras, é a reunião das experiências sensoriais (pelo tato, olfato, paladar, audição e visão) que dão existência aos objetos fora de nós. Do mesmo modo, a filosofia do idealismo alemão (Kant, Fichte, Schelling e Hegel.) coloca o objeto como resultado de uma experiência, ou seja, de um testemunho do sujeito. Esta tendência aprofunda-se com Hegel e tem a sua culminância com Soren Kierkegaard, pensador dinamarquês que se atreveu a criticá-lo. Para marcar a importância e o sentido filosófico da vida Kierkegaard afirmou que Hegel seria como um homem muito rico que, ao construir uma mansão maravilhosa, teria optado por morar do lado de fora, na casa do zelador. Para Kierkegaard, Hegel construíra um edifício teórico espantoso, mas inútil, pois despreza a única coisa que interessa – a vida, a existência. Nasce assim o movimento da Filosofia Existencialista, que marcou profundamente a vida de Maciel.
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