A Bhagavad Gītā, frequentemente interpretada como um texto devocional, guarda em seus versos um segredo da mística que transcende as categorias convencionais de jñāna, bhakti e karma yoga. No coração do Mahābhārata - esse épico tântrico que desafia normas sociais ao apresentar Krishna como condutor de quadriga e estrategista de guerras moralmente ambíguas - o Śraddhā Yoga emerge como um ponto culminante implícito na Bhagavad Gītā. Este yoga personificado por Krishna não é simples fusão de caminhos, mas a manifestação viva da síntese que unifica conhecimento (jñāna), ação (karma) e entrega (bhakti) sob o princípio ordenador de Ṛta (ordem cósmica, equilíbrio sintrópico, lei, verdade). Krishna, longe de ser mero objeto de culto, encarna aqui a própria śraddhā: essa experiência íntima de fervor e convicção que transforma amor em clareza e ação. Seu ensinamento se traduz no Dhyāna Mantra Haṃsa, onde as tradições védica e tântrica convergem, transformando cada respiração em veículo de realização direta.
Uma reflexão canônica sobre a Arte e a Ciência da Meditação, inspirada na śraddhā da Bhagavad Gītā. Longe de ser mera fé, śraddhā é a confluência entre a fides e o cogito cartesiano, a experiência do fervor íntimo, da convicção profunda, e do poder de traduzir o amor em insight e ação, capaz de nos causar um arrepio profundo. Essa bússola interior, guiada pela confiança e prudência, ilumina a razão em direção à Verdade e ao Absoluto (Brahma-sāmīpya). Explore o SUMÁRIO abaixo.