Não há dúvidas de que qualquer governo sempre elege o seu sucessor, ou seja, os governantes são sempre a causa direta da eleição dos seus sucessores. Se o índice de aprovação do governo é alto, os aliados apoiados pelo governo serão eleitos; se o índice de aprovação for baixo, quem se elege são os adversários do governo. Como os índices de um governo são de sua única responsabilidade, assim também o são as suas consequências, expressas no resultado das urnas. Em geral, se quer jogar esta responsabilidade toda na conta do eleitor, fazendo-o se esquecer de que, quando muito, ele permanece apenas como a causa indireta do resultado das eleições. O eleitor mal se dá conta que só dependeria dele a aceleração do processo natural e sintrópico que, aos poucos, vai tomando o seu lugar, superando o jogo de cartas marcadas, da cômoda e distinta alternância entre dois falsos opostos. Isto porque ele desconhece, por exemplo, as razões para que um governo aparentemente bom faça como sucessor o seu oposto. Os governantes, contudo, sempre conhecem muito bem estas razões, embora raramente admitam, ou estejam dispostos a fazerem a necessária “mea culpa”.
Uma reflexão canônica sobre a Arte e a Ciência da Meditação, inspirada na śraddhā da Bhagavad Gītā. Longe de ser mera fé, śraddhā é a confluência entre a fides e o cogito cartesiano, a experiência do fervor íntimo, da convicção profunda, e do poder de traduzir o amor em insight e ação, capaz de nos causar um arrepio profundo. Essa bússola interior, guiada pela confiança e prudência, ilumina a razão em direção à Verdade e ao Absoluto (Brahma-sāmīpya). Explore o SUMÁRIO abaixo.
2022-06-13
Aprendendo a Meditar no Coração
O que é a meditação? Meditar não é pensar; não é articular o pensamento. Meditar é aquietar a mente para que a imaginação possa conduzir, livremente, o processo de contemplação. "Imaginar" aqui não é "visualizar" e sim cultivar a imagem intuitiva do objeto em que meditamos. A meditação é simples e o verdadeiro praticante passa para os leigos e os iniciantes a impressão de que jamais medita. Isto porque ele se torna como Arjuna, que aprendeu de Krishna a fazer da sua vida toda uma meditação no coração. Discreto, leva uma vida ativa, em meditação e, raramente, se deixa flagrar em suas práticas mais íntimas e solitárias de meditação silenciosa.
De forma breve, meditar é haurir śraddhā. E o que é śraddhā? Śraddhā é a expressão, tanto subjetiva como objetiva, da nossa capacidade de manifestar a amorosa luz do coração que nos orienta para a unidade segundo o processo sintrópico quíntuplo*, conhecido como Brahmasāmīpya.
2022-06-12
SÍNTESE DA DISCIPLINA DE ŚRADDHĀ YOGA
Dinacaryā
(pronúncia aproximada: di-na-tcha-ryá)
A disciplina sintrópica (caryā) diária (dina) do Śraddhā Yoga resume-se ao atendimento do chamado do universo para que cultivemos a energia espiritual em nós (śraddhā). No silêncio de cada dia que amanhece, concentrados no Ājñā Chakra, o ponto de encontro de Iḍā e Piṅgala, onde termina a dualidade, devemos meditar no Ser Imutável (Ātman) e na sua energia (Brahma-Śākti), personificada como a deidade Śraddhā, símbolo do fogo do coração e do poder do amor em ação. Despertando de madrugada e nos dedicando ao longo do dia ao chamado do universo, conforme as necessidades de cada período, devemos nos entregar à escuta (bhāvana namaḥ!) desse sentimento sintrópico, capaz de nos revelar a Grande Lei (Ṛta) e de atualizar o nosso "bom-senso" (com hífen), ou bhāvana. No silêncio de cada amanhecer, na tranquilidade da contemplação, encontramos a oportunidade de aprofundar nossa compreensão da vida e de nós mesmos, nutrindo-nos de prāna, o sopro de vida e a energia vital, que nos possibilita fazer de cada ação uma expressão consciente de amor, paz e sabedoria, segundo o Dhyāna Mantra Haṃsa.
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