2024-07-24

A Bhagavad Gītā sob a Ótica Sintrópica: 61 Proposições para Integrar Ciência e Espiritualidade


01. Este texto apresenta uma síntese, em sessenta e uma proposições, das conclusões alcançadas ao longo deste livro-blog sobre a interpretação sintrópica da Bhagavad Gītā. Essa abordagem proporciona um novo entendimento da ciência e da sua conexão com a realidade sagrada. Partiremos da filosofia sintrópica, que tem se consolidado nos últimos anos, e exploraremos sua relação com o neo-Vedānta, com ênfase no Viśiṣṭādvaita (não dualismo qualificado), que afirma a realidade inerente do indivíduo e sua conexão com o todo.

02. De acordo com a perspectiva sintrópica, a experiência essencialmente amorosa, que dissolve a ilusão da dualidade e nos oferece a percepção da unidade, só é alcançada através da relação, que fundamenta a própria existência do mundo. "Ser é inter-ser", como afirma o monge budista vietnamita Thich Nhat Hanh, refletindo a interconexão, expressa como “eu sou porque nós somos”, presente na filosofia africana Ubuntu e na ecologia profunda.

2024-07-10

A Disciplina Sintrópica do Śuddha Yoga

A disciplina sintrópica do śuddha yogi resume-se ao atendimento do chamado do universo para que despertemos de madrugada e nos dediquemos ao sagrado o tempo todo, em conformidade com as necessidades de cada um dos períodos do dia1.

1. A meditação (dhyāna). Antes de abrir os olhos, a saudação matinal e a reflexão sobre o propósito a ser vivido, reservando para os outros o direito de serem como são; e para nós, o dever de sermos cada dia melhor. Em seguida (antes das 06h00), a higiene pessoal, a meditação, o estudo da ciência sagrada e a reafirmação do compromisso diário de: comer a metadeandar o dobrosorrir o triplo e amar incondicionalmente e sem medida.

2. A práxis sintrópica (karma-phala-tyāga2). Durante o dia todo, exercitar o poder de agir pelo coração (naiṣkarmyasiddhi), com motivos puros e o ego inativo, em śuddha prāṇāyāma, transformando a vida toda em uma experiência sagrada.

3. A escuta (bhāvana namaḥ!) do sentimento sintrópico (śraddhā), que se origina do Ser. Durante o dia todo, exercitar a escuta e a entrega à vontade cósmica que coordena todas as ações e reações do universo. Ao se deitar (até as 22h), realizar a aferição do progresso, passando em revista o dia vivido e programando o novo dia. Em seguida, mergulhar no oceano infinito do Ser e deixar-se morrer no Ser para renascer D'Ele ao amanhecer. 

OṂ TAT SAT
NAMASTÊ
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