"O fogo interior, o ardor do coração (śraddhā), inflama o fogo (agniḥ) da oferenda (juhvati). A oblação (haviḥ) é conduzida (praṇīyate) com fervor (śraddhayā). Deuses (devā) e o anfitrião (yajamānaś) anseiam pela oblação (havyam)." - Śraddhā Sūktam (Ṛg Veda 10.151)
O Śraddhā Sūktam, um hino védico ressoando com a profunda importância do fervor e sentimento de convicção íntima (śraddhā), encontra-se no décimo mandala do Ṛg Veda (10.151), a escritura mais antiga da tradição védica, estimada entre 1500 e 1200 a.C. Este hino, um dos mais antigos a celebrar o conceito de śraddhā, a destaca não como mera crença, mas como uma força motriz, sentimento interior de convicção íntima que permeia todas as ações, impulsionando a realização de oferendas religiosas e a busca por prosperidade espiritual e material. No contexto védico, śraddhā implica uma profunda confiança e convicção na eficácia dos rituais, bem como na verdade da ordem cósmica (Ṛta). É a força que conecta o indivíduo ao sagrado, unindo-o à harmonia do universo. É também o alicerce para alcançar qualquer objetivo, seja material ou espiritual.