1983: A Celebração do Casamento Iogue
O nosso casamento foi celebrado em duas etapas. A primeira aconteceu em 22.01.1983, quando Cássia e eu realizamos os ritos matrimoniais, conforme prescritos na tradição ocidental e em atendimento ao desejo de nossos pais. A segunda etapa, deu-se sem o conhecimento da família, de forma sigilosa, em 06.02.1983, durante o período de nossa "Lua de Mel", quando nos hospedamos por um período no antigo Ashram Atma, primeira célula do atual Śuddha Sabhā Ātma. Lá celebramos o casamento segundo a milenar e ancestral tradição do Śraddhā Yoga. Já acreditávamos naquela época que os casamentos dignos deste nome eram aqueles celebrados, não apenas em nome dos ideais da família e da tradição, mas principalmente da atualização e da superação daquilo que se entendia por "família" e "tradição". O casamento ióguico expressava o nosso compromisso com a grande família estendida, representada pela humanidade, e o entendimento de que os casamentos devem ser celebrados com o objetivo de trazer luz para o mundo – dar a luz, conforme o exemplo paradigmático das celebrações de Natal. O Natal acontece quando o casamento deixa de se centrar no casal e passa a representar o ideal maior de trazer e lançar ao mundo boas sementes. Por isto realizamos as duas cerimônias. A primeira atendia os nossos pais e a segunda expressava o nosso entendimento do casamento, verdadeiramente, como um saṃskāra, um sacramento.