Saudação (vandanam) aos mestres (Ācāryas) das distintas tradições culturais (paramparā)
अस्मत् गुरुभ्यो नमः।
Asmat gurubhyo namaḥ.
अस्मत् परमगुरुभ्यो नमः।
Asmat parama-gurubhyo namaḥ.
अस्मत् सर्वगुरुभ्यो नमः॥
Asmat sarva-gurubhyo namaḥ.
Saudações aos mestres,
Saudações aos mestres dos mestres,
Saudações a todos os mestres.
I. O que é o “Manifesto Śuddha” ?
O Manifesto Śuddha é um conjunto de cinco sūtras atribuídos ao sábio Bhagavān Nārada, que apresenta a Bhagavad Gītā como uma escritura universal, desvinculada de qualquer sampradāya (tradição sectária). Para os śuddha yogis, a Bhagavad Gītā é a ciência da síntese entre sabedoria (jñāna), devoção (bhakti/icchā) e ação (karma), unificadas pela śraddhā — sentimento sintrópico que transcende os rituais, as castas e o exclusivismo religioso. A linhagem associada a Haṃsa Yogi recupera essa perspectiva, propondo o jñāna-karma-samuccaya-vāda como chave hermenêutica da obra.
II. O Manifesto Śuddha:
A Tradição dos Śuddha Yogis e o Caminho Sintrópico da Bhagavad Gītā
Pouco conhecido fora dos círculos teosóficos e das escolas indianas mais esotéricas, o Manifesto Śuddha, atribuído ao sábio Bhagavān Nārada, é uma das mais belas e radicais proposições sobre espiritualidade universalista já registradas. Este texto convida o leitor a mergulhar na tradição dos śuddha yogis, herdeiros de um saber silencioso e compassivo, cujas raízes se afirmam além das castas, das escolas, das ortodoxias.
Esta linhagem de mestres espirituais é muito peculiar e pouco conhecida, quase oculta. A sua atuação sutil se fez gradualmente mais presente a partir de 1785, com a chegada da Bhagavad Gītā ao Ocidente, na tradução ao inglês de Charles Wilkins. À luz dessa tradição, a Bhagavad Gītā ressurge como uma escritura viva, livre e plenamente humana — veículo de uma espiritualidade sintrópica que transcende o sectarismo e aponta para um dharma puro, ou śuddha dharma.
A linhagem tornou-se acessível ao Ocidente no início do século XX, quando figuras como Subramanyānanda e Paṇḍit Srinivasācharyar teriam recebido autorização para a criação do Śuddha Dharma Mandalam, cujo propósito era tornar pública a doutrina śuddha baseada na Bhagavad Gītā. Em 1917, Sri Vajera, toma ciência da referida organização e solicita a sua filiação, tornando-se o seu segundo membro latino. Logo torna-se presidente da Seção Chilena do Mandalam, quando tem a oportunidade de introduzir e difundir as práticas de meditaçào por toda a América Latina.
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O "Manifesto Śuddha” no Upodhgāta |