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Durgā é uma forma de Pārvatī, um dos aspectos da manifestação dinâmica da Tridevī, expressão do poder da Śakti. |
1. A Invocação de Arjuna e a Revelação do Śraddhā Yoga
No Mahābhārata1, no momento que antecede a Bhagavad Gītā, Arjuna invoca Yogeśvarī em seu aspecto de Durgā, — a Brahma Śakti em sua potência sintrópica, cuja correspondência humana é śraddhā (a experiência de convicção profunda e fervor íntimo que unifica ação e consciência). Quando Krishna inicia seu ensino, revela que o Śraddhā Yoga não é um método entre outros, mas a raiz de todos os yogas em gestação (yoga-garbhatva). Este é o caminho dos que transcenderam a dicotomia entre liberdade (svatantra) e disciplina (paratantra), pois compreendem que o Dhyāna Mantra Haṃsa2, oculto no Ājñā Chakra (ponto de união entre Iḍā e Piṅgala), é a própria respiração da Brahma Śakti:
- Inspirar (haṃ): Receber a paz e o amor do Absoluto.
- Expirar (sa): Devolver a paz e o amor ao mundo.
Deste modo, o Dhyāna Mantra "Haṃsa" expressa a essência do Śraddhā Yoga, descrito na Bhagavad Gītā, englobando (1) o Mātṛkā Yoga, ou a arte de estabelecer correspondências entre os sons e o corpo cósmico, (2) o Kuṇḍalinī Yoga, sintetizado no śuddha prāṇāyāma, e (3) o Ātman Yoga, que nos revela como a Consciência Universal se faz presente no coração de todos os seres.